A mandioca (Manihot esculenta Crantz), também conhecida como aipim ou macaxeira, é uma raiz tuberosa fundamental na dieta global, valorizada por suas ricas propriedades curativas e nutricionais. Rica em carboidratos complexos, amido resistente e fibras, a mandioca oferece benefícios terapêuticos notáveis, em especial como fonte de energia sustentável e no suporte à digestão e à saúde intestinal. O consumo da mandioca cozida é uma forma ancestral de nutrição validada pela ciência moderna.
- Fonte de energia de liberação lenta, ideal para atletas e atividades prolongadas.
- Promove a saúde digestiva e o trânsito intestinal pela presença de amido resistente e fibras.
- Contribui para o controle glicêmico e a saciedade.
Fonte sustentável de energia e carboidratos complexos
O principal benefício terapêutico da mandioca é o seu papel como fornecedora de energia de alta qualidade. A raiz é predominantemente composta por carboidratos complexos (amido), que são digeridos e absorvidos lentamente. Isso proporciona um fornecimento constante e sustentável de glicose para o corpo e o cérebro, evitando picos rápidos de açúcar no sangue, o que é uma propriedade medicinal fundamental para o desempenho físico e a concentração ao longo do dia, como demonstram estudos metabólicos.
“A mandioca é caracterizada por ser uma fonte de carboidratos com um índice glicêmico moderado, fornecendo energia de longa duração. A estrutura do seu amido confere uma liberação gradual de glicose, sendo benéfica para a manutenção dos níveis de energia e a prevenção da hipoglicemia.” (PEREIRA, 2015).

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Saúde digestiva pelo amido resistente e fibras
A mandioca cozida e resfriada contém uma quantidade significativa de amido resistente, um tipo de fibra que não é digerido no intestino delgado. O amido resistente confere propriedades curativas para a saúde digestiva ao atuar como um prebiótico, fermentando no cólon e produzindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs). Os AGCCs nutrem as células do intestino, melhoram a função da barreira intestinal e promovem a regularidade do trânsito intestinal.
“O amido resistente da mandioca atua como uma fibra prebiótica, modulando positivamente a microbiota intestinal. Sua fermentação resulta na produção de butirato, um ácido graxo de cadeia curta essencial para a integridade do epitélio do cólon e para a saúde intestinal geral.” (JONES; PARKER, 22019).
Aporte de micronutrientes e suporte anti-inflamatório
Embora seja majoritariamente carboidrato, a mandioca contribui com micronutrientes importantes, como Vitamina C (na raiz fresca) e folato, além de ser uma fonte de compostos fenólicos. Esses fitoquímicos oferecem ação antioxidante e anti-inflamatória suave. O consumo regular da mandioca, como parte de uma dieta balanceada, reforça a proteção celular contra o estresse oxidativo, complementando seus benefícios terapêuticos primários.
“A mandioca contém compostos fenólicos com atividade antioxidante detectável, especialmente em suas folhas. Essa propriedade coadjuva a sua importância nutricional, contribuindo para a proteção do organismo contra o dano oxidativo celular.” (AKANBI et al., 2017).
Dica de Preparo: Para aumentar a concentração de amido resistente e maximizar os benefícios digestivos, cozinhe a mandioca e deixe-a esfriar na geladeira por pelo menos 12 horas antes de consumir ou reaquecer.
Para você que gosta de ouvir a opinião de um especialista, selecionamos esse vídeo do canal Nutricionista Patricia Leite falando sobre os benefícios dessa raiz na saúde:
A raiz do poder e da digestão
A mandioca é uma raiz de valor inestimável, cujas propriedades curativas se baseiam em sua estrutura única de carboidratos complexos. Ela é uma fonte de energia de liberação lenta e um poderoso suporte para a saúde digestiva através do amido resistente, que atua como prebiótico. As evidências científicas reforçam que a mandioca é um benefício terapêutico ancestral que continua relevante, fornecendo nutrição, saciedade e vitalidade de forma eficaz e comprovada.
- A mandioca fornece energia sustentável devido à lenta absorção dos carboidratos complexos.
- O amido resistente do tubérculo cozido e resfriado melhora o trânsito intestinal.
- O consumo regular apoia o controle glicêmico e a saúde digestiva.
Referências Bibliográficas
- AKANBI, W. B. et al. Phytochemical composition and antioxidant activity of fresh and processed cassava (Manihot esculenta Crantz) leaves. Journal of Food Science and Technology, v. 54, n. 4, p. 1022-1029, 2017.
- JONES, R. S.; PARKER, M. L. Resistant starch in health and disease. Nutrition and Food Science, v. 49, n. 1, p. 55-66, 2019.
- PEREIRA, E. R. N. et al. Chemical composition, glycemic index and glycemic load of cassava products. Food Science and Technology, v. 35, n. 3, p. 518-524, 2015.









