Nos últimos 20 anos, a Terra, especialmente o Hemisfério Norte, tem refletido menos luz solar de volta ao espaço. Esse fenômeno, claramente mensurável através de dados da NASA, tem implicações significativas para o aumento da absorção de radiação. Este artigo explora os motivos e consequências dessa mudança.
- Entendimento das medições de radiação terrestre.
- Como o Hemisfério Norte está particularmente afetado.
- Impactos potenciais no clima das regiões afetadas.
O que mostram as medições de radiação terrestre?
Uma equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Norman G. Loeb, do Centro de Pesquisa Langley da NASA, investigou a quantidade de energia radiante que a Terra reflete de volta ao espaço. A análise, baseada em dados de satélites dos últimos 24 anos, demonstrou uma diminuição na refletância desde 2001.
Foram considerados valores de radiação solar, albedo e balanço de radiação. Ambos os hemisférios, Norte e Sul, tornaram-se mais escuros, refletindo menos luz solar. Esse fenômeno resultou em um aumento na absorção de radiação de 0,83 watts por metro quadrado por década. Este cenário preocupa cientistas do clima porque a redução na refletividade da Terra pode acelerar o aquecimento global e dificultar a reversão de tendências atuais.
Por que o hemisfério norte está absorvendo mais radiação?
O Hemisfério Norte foi o mais afetado, absorvendo adicionalmente 0,34 watts por metro quadrado. Mesmo que algumas dessas alterações sejam compensadas por correntes de ar e oceânicas, ainda há um aumento líquido de 0,21 watts por metro quadrado por década.
Estudos anteriores sugeriam que tais correntes conseguiam equilibrar o desequilíbrio entre norte e sul. Agora, as medições indicam que esse balanço está cada vez mais comprometido. Os mecanismos de equalização, como nuvens e correntes oceânicas, não estão mais totalmente eficazes. Inclusive, a intensificação do derretimento do gelo marinho no Ártico e mudanças no uso do solo em regiões como o Canadá e a Sibéria também contribuem para a menor refletividade, tornando o problema ainda mais complexo.

Quais são as possíveis implicações climáticas?
A Terra, particularmente o Hemisfério Norte, está armazenando mais energia a longo prazo. Regiões como Europa e América do Norte podem enfrentar aquecimento adicional devido a esse fenômeno.
É crucial que esses indícios sejam incorporados em modelos climáticos. Resta saber se o sistema global pode reequilibrar-se a longo prazo ou se a ruptura da simetria persistirá, o que é uma questão fundamental para o futuro dos climas globais. Além disso, especialistas apontam que a redução do albedo pode criar um ciclo de realimentação, levando a eventos extremos mais frequentes, como ondas de calor intensas, diminuição de neves sazonais e secas prolongadas.
Reflexões finais: o que podemos aprender?
- A importância de dados de satélite para medir alterações climáticas globais.
- A necessidade de incluir mudanças de refletância em modelos climáticos.
- O potencial impacto do aumento de armazenamento de energia nos climas regionais.
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