No português falado do dia a dia, dizer “a gente vai”, “a gente fez” ou “a gente pensa” é muito mais comum do que usar “nós”. Embora muita gente ache que isso é um erro, em 2025 linguistas explicam que essa troca é resultado natural da transformação da língua ao longo do tempo.
O que “a gente” significava originalmente?
A expressão “a gente” não nasceu como pronome. No português antigo, ela era usada apenas como substantivo coletivo, com o sentido de “as pessoas” ou “o povo”. Frases como “a gente da vila” eram comuns e não tinham relação direta com a ideia de “nós”.
Com o passar dos séculos, esse uso coletivo começou a se aproximar da noção de grupo que inclui quem fala, abrindo caminho para a mudança.

Como “a gente” virou sinônimo de “nós”?
No português falado, “a gente” passou a ser usado para se referir ao próprio falante junto com outras pessoas, funcionando como um pronome. Esse processo é chamado de mudança linguística: uma palavra ganha nova função conforme o uso cotidiano.
A forma se espalhou porque é simples, soa mais natural na conversa e evita conjugações verbais menos usadas, como “nós fomos” ou “nós fizemos”.
Por que o português falado não segue sempre a gramática
A gramática normativa registra regras formais, mas a língua real é moldada pelas pessoas. No Brasil, o português falado passou por grandes mudanças, influenciado pela oralidade, pela diversidade regional e pelo contato entre diferentes grupos sociais.
Assim, “a gente” se consolidou como forma legítima da fala cotidiana, mesmo que em contextos formais o “nós” ainda seja preferido.

Quando usar “a gente” e quando usar “nós”
No dia a dia, “a gente” é totalmente compreendido e aceito na fala informal. Em textos acadêmicos, documentos oficiais ou situações formais, “nós” continua sendo a forma mais adequada, abaixo, Flávia Lucas fala mais sobre as regras em seu TikTok:
Essa convivência entre as duas formas mostra que a língua não abandona o que já existia, mas incorpora novidades, um retrato vivo de como o português continua mudando com o tempo.










