No decorrer do último século, presenciamos a aterradora extinção de muitas espécies de animais, impulsionada principalmente por atividades humanas e alterações ambientais. Essas histórias destacam a fragilidade da vida em nosso planeta e servem como alertas urgentes para a conservação, mostrando o impacto da ausência dessas espécies e o risco sobre a biodiversidade global.
O peixe-mão suave: símbolo recente das extinções marinhas
Entre as espécies marinhas, o peixe-mão suave é um dos exemplos mais notórios de extinção moderna. Habitava as águas da Tasmânia e ficou famoso por “caminhar” no fundo do mar com suas nadadeiras.
A degradação do habitat e a pesca excessiva aceleraram seu desaparecimento, sendo declarado extinto em 2020. Este marco representa a primeira perda de uma espécie de peixe ósseo marinho na era contemporânea.
O Rato-do-Cai Bramble e os impactos das mudanças climáticas nos mamíferos
O Rato-do-Cai Bramble é um pequeno roedor da Grande Barreira de Corais e foi a primeira vítima de extinção de mamífero atribuída diretamente ao aquecimento global. O aumento do nível do mar submergiu o seu habitat em 2016.
Esse caso ilustra como as mudanças climáticas ameaçam espécies incapazes de se adaptar rapidamente aos novos desafios ambientais.
Por que algumas espécies não conseguem reagir rapidamente às ameaças
O golfinho do rio Yangtze, ou baiji (também conhecido como golfinho-branco-do-rio Yangtze), exemplifica espécies que não conseguiram superar o impacto do desenvolvimento industrial e da poluição do seu habitat. A ausência desse cetáceo pacífico desde 2006 destaca a necessidade de ações efetivas de conservação.
Listamos abaixo alguns fatores que comprometem a capacidade de adaptação dessas espécies ameaçadas:
- Perda e fragmentação de habitat
- Poluição e contaminação dos ecossistemas
- Sobrepesca e exploração excessiva
- Mudanças climáticas rápidas
A caça ilegal e a destruição de habitat levaram à quase extinção do rinoceronte-branco do norte
Hoje restam apenas duas fêmeas de rinocerontes-brancos do norte, ambas sob proteção armada. A espécie foi drasticamente reduzida pela caça ilegal e a destruição dos seus habitats.
Programas de reprodução artificial surgem como a última esperança para evitar o desaparecimento completo deste gigante africano.
A recuperação é possível ou o futuro permanece incerto para espécies como o ararinha-azul
O ararinha-azul, papagaio azul brasileiro, sumiu da natureza em 2000 devido à destruição do habitat e captura ilegal. Mesmo com reprodução em cativeiro, a reintrodução segue incerta, pois o habitat continua sendo ameaçado.
O caso sinaliza a dificuldade de restaurar populações selvagens enquanto suas áreas naturais não forem protegidas e recuperadas adequadamente.

O que aprender com a extinção do lobo-zanzibari e do dodô
A história do lobo de Zanzibar reflete como superstições e perseguições humanas podem levar espécies ao desaparecimento. Mesmo nos anos 1990, relatórios sugeriam possíveis sobreviventes ocultos, mas nada foi confirmado.
O dodô (em inglês, “dodo”), ave símbolo de extinção por impacto humano, foi extinta com a chegada dos colonizadores e a introdução de predadores, tornando-se um alerta sobre o efeito irreversível das nossas ações.
Avanços científicos tentam reverter extinções, mas enfrentam grandes desafios
Projetos de recriação, como o do quagga (subespécie extinta da zebra, também chamado de quága em português) na África ou tentativas de clonagem do ibex dos Pireneus, mostram o potencial e os limites da ciência na restauração de animais extintos.
Apesar dos esforços, os resultados são incertos e a solução mais efetiva ainda reside na conservação preventiva das espécies e habitats ainda existentes.










