A morte violenta de uma estrela por um buraco negro massivo em uma galáxia a 650 milhões de anos-luz chamou a atenção dos astrônomos. Esse fenômeno liberou quantidades surpreendentes de energia meses após a destruição da estrela, desafiando diversas expectativas científicas.
Por que o evento AT 2024tvd é considerado especial
O evento de disrupção por maré mais recente, chamado AT 2024tvd, foi detectado em 2024 pelo Zwicky Transient Facility. O que surpreendeu os cientistas foi sua localização, cerca de 2.600 anos-luz fora do centro galáctico, algo extremamente raro entre os registros de fenômenos desse tipo.
O AT 2024tvd também apresentou flares de rádio distintos meses após o evento inicial, observados por diversos observatórios internacionais. Esse comportamento energético tardio foi inusitado e essencial para entender a dinâmica dos restos estelares.
Como surgem fluidos energéticos em disrupções por maré
Em eventos de disrupção por maré, emissões de rádio surgem quando material expelido colide com o gás ao redor do buraco negro. Parte desse gás pode ser remanescente da estrela destruída ou do próprio meio interestelar.
Alguns cientistas propuseram diferentes mecanismos para explicar os flares de rádio em intervalos tão espaçados. Confira abaixo algumas possíveis explicações levantadas:
- Jatos de material próximos à velocidade da luz lançados pelo campo magnético do buraco negro;
- Acúmulo de gás residual que desencadeia novos episódios de emissão;
- Interação com material interestelar mais denso em regiões isoladas da galáxia.

Como se formam buracos negros intermediários
As observações sugerem que o buraco negro responsável pelo AT 2024tvd pertence à rara categoria de massa intermediária, com massa variando de 1.000 a 100.000 vezes a do Sol. Ele também está afastado do centro galáctico, suspeita-se que tenha sido ejetado após interações dinâmicas com outros buracos negros ou devido a fusão de galáxias menores.
Essa localização desafia a percepção tradicional sobre onde esses buracos negros geralmente se formam e como evoluem, trazendo novos indícios sobre a história dinâmica das galáxias.
Por que a observação de TDEs é relevante para a astronomia
O estudo dos eventos de disrupção por maré traz avanços para a astrofísica, permitindo investigar de perto o comportamento de buracos negros e a energia liberada em situações extremas. Flares de rádio e raios-X fornecem pistas valiosas para mapear e entender essas regiões do universo.
Além disso, essas observações auxiliam na identificação de buracos negros ocultos e ampliam o conhecimento sobre a interação entre estrelas e buracos negros. Novas descobertas devem surgir nos próximos anos, impulsionadas pelo aprimoramento das tecnologias de observação astronômica.








