No centro da nossa galáxia, há um brilho difuso e misterioso emitido por raios gama, uma forma poderosa de radiação geralmente associada a objetos de alta energia, como estrelas que giram rapidamente ou explosões estelares. Este brilho foi detectado pelo telescópio espacial Fermi de Raios Gama da NASA em 2008 e vem intrigando cientistas desde então, alimentando especulações sobre sua origem, que pode envolver pulsares ou colisões de matéria escura.
O que revelam as novas simulações sobre a matéria escura?
Novas simulações conduzidas com supercomputadores sugerem que colisões de matéria escura no centro da galáxia também poderiam criar um brilho em formato de bojo. Isso fortalece a hipótese de que a matéria escura pode ser responsável pelo brilho de raios gama observado pelo telescópio Fermi.
Análises mostram que a distribuição da matéria escura no centro galáctico pode ter uma forma achatada, similar a um ovo, diferente da forma esférica esperada previamente. Além disso, modelos computacionais recentes indicam que instabilidades gravitacionais e interações com a matéria normal podem aprimorar ainda mais essa estrutura incomum. Essa evidência recoloca a matéria escura como uma explicação viável para o fenômeno.
Por que o brilho no centro galáctico pode ser causado por matéria escura?
A hipótese dos WIMPs (Partículas Massivas de Interação Fraca) prevê que essas partículas, ao se colidirem, poderiam gerar raios gama e serem a possível fonte do brilho registrado. Esse fenômeno foi inicialmente teorizado por Fritz Zwicky e confirmado décadas depois através das observações de Vera Rubin.
Além dos pulsares, a matéria escura permanece como uma das principais candidatas a explicar esse enigma astrofísico, pois as observações seguem insuficientes para descartar totalmente qualquer das possibilidades. Recentemente, avanços na sensibilidade dos instrumentos permitiram descartar algumas fontes convencionais de raios gama, fortalecendo ainda mais a busca por evidências diretas do envolvimento da matéria escura.

Quais avanços podemos esperar das novas observações astronômicas?
Novos instrumentos, como o observatório Cherenkov Telescope Array (CTAO) previsto para 2027, prometem trazer maior clareza sobre a origem do brilho. Com tecnologia avançada de detecção de raios gama, espera-se analisar melhor a distribuição da matéria escura e validar ou refutar as hipóteses atuais. Outros telescópios espaciais, como o futuro telescópio espacial Nancy Grace Roman, também poderão complementar as investigações ao mapear com precisão as estrelas e a matéria na região central da galáxia.
Esse avanço será importante para testar as principais possibilidades de explicação, entre elas:
- Colisão de partículas de matéria escura
- Emissão de pulsares antigos no bojo galáctico
- Outros processos astrofísicos ainda pouco compreendidos
Leia também: Cientistas fazem um grande avanço no mistério que cerca o buraco negro da nossa galáxia
Como o estudo atual se conecta ao histórico da busca pela matéria escura?
Desde a primeira sugestão de existência da matéria escura, cientistas têm buscado redefinir o entendimento do cosmos, desenvolvendo tecnologias e teorias inovadoras. Os WIMPs são destaque nessas pesquisas, permanecendo como uma das pistas mais promissoras.
A possibilidade de que os WIMPs estejam ligados ao brilho enigmático no centro galáctico mantém a investigação científica ativa, demonstrando o papel central da matéria escura nos maiores desafios da física contemporânea. A expectativa é que, nos próximos anos, a combinação entre dados observacionais e modelos teóricos traga respostas decisivas sobre esse mistério.










