O ser humano, por sua própria natureza, é uma criatura social que encontra alegria e bem-estar na convivência com outros. Estudos indicam que a presença de pessoas durante atividades cotidianas pode amplificar o prazer dessas experiências, mesmo que não exijam, inicialmente, interação social. Dados do American Time Use Survey mostram que quase todas as atividades são percebidas de forma mais positiva quando realizadas em companhia. Além disso, pesquisas recentes realizadas em instituições como a Harvard University reforçam a importância dos laços sociais para a longevidade e qualidade de vida.
Como a companhia de outros pode aumentar a felicidade
A pesquisa analisou os hábitos de mais de 40 mil participantes e revelou que participar de tarefas corriqueiras com outras pessoas, como ler ou fazer refeições, eleva os níveis de felicidade. Embora pareça contradizer a ideia de que algumas atividades sejam melhores sozinhos, a ciência mostra que a presença de alguém faz diferença na percepção de bem-estar.
Especialistas afirmam que essa preferência está relacionada a fatores biológicos e à evolução, já que os humanos prosperam em grupos sociais, o que pode estimular a produção de hormônios como a oxitocina. Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) também apontam que a interação social frequente está ligada a menores níveis de estresse e melhor saúde mental no longo prazo.
Por que algumas pessoas preferem estar acompanhadas
De acordo com psicólogos, a necessidade de convivência social está ligada a um desejo biológico por conexão e sensação de pertencimento. Aaron P. Brinen, especialista em Psiquiatria, explica que os seres humanos são naturalmente voltados para viver em grupos, o que gera emoções positivas.
Mesmo os introvertidos, que apreciam tempo sozinhos, tendem a preferir a companhia de pessoas próximas. A sensação de estar “sozinho junto” pode satisfazer necessidades sociais sem causar desgaste emocional. Hábitos como encontros virtuais, que se popularizaram durante a pandemia de Covid-19, também têm mostrado que o contato social pode assumir novas formas, mantendo seus benefícios.

Atividades que se tornam mais prazerosas ao serem compartilhadas
Certas atividades ganham um valor especial quando realizadas em grupo, segundo as pesquisas citadas. Refeições e momentos de lazer são exemplos clássicos, mas até tarefas mais isoladas, como leitura, se beneficiam da presença de outros.
Veja alguns exemplos de práticas que ficam mais satisfatórias quando compartilhadas:
- Refeições em família ou com amigos
- Leitura em clubes do livro ou ambientes compartilhados
- Atividades físicas em grupo, como caminhadas ou esportes coletivos
Além disso, estudos feitos pela University of Oxford sugerem que jogos cooperativos e atividades artísticas em grupo também contribuem para aumentar a sensação de pertencimento e satisfação.
Como equilibrar momentos de solitude e socialização
Encontrar o equilíbrio entre socialização e tempo sozinho é fundamental para o bem-estar emocional. A doutora Gail Saltz destaca que valorizar a própria companhia é essencial para uma vida saudável, respeitando limites individuais.
Refletir sobre quais interações realmente trazem satisfação pode ajudar na busca desse equilíbrio, promovendo tanto conforto na solitude quanto alegria com os outros. Aplicativos de monitoramento do humor, como o desenvolvido pela Universidade de São Paulo, ajudam a identificar padrões de bem-estar ligados à socialização e ao tempo sozinho.
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Como promover o bem-estar social no dia a dia
Prestar atenção ao impacto das interações sociais na sua vida é um bom ponto de partida para melhorar o bem-estar emocional. Dr. Brinen sugere priorizar experiências sociais que resultem em felicidade e satisfação.
Transforme as atividades diárias em oportunidades para fortalecer conexões humanas, reconhecendo a importância dessas relações para a felicidade e a saúde mental. Pequenas iniciativas, como agendar encontros regulares com amigos ou participar de grupos comunitários, podem fazer diferença significativa no dia a dia.










