Um estudo recente desafia a crença de que o desempenho psicológico máximo é atingido apenas na juventude, revelando que diferentes dimensões da psicologia humana atingem seu auge entre os 55 e 60 anos. Isso nos convida a repensar como vemos o envelhecimento e o potencial humano.
Quais traços psicológicos mudam e melhoram com a idade?
Ao contrário da ideia de que se perde potencial com o passar do tempo, diversos traços psicológicos apresentam trajetórias de desenvolvimento complexas e positivas. Capacidades como a inteligência cristalizada, a inteligência emocional e a habilidade para tomar decisões sábias tendem a melhorar na vida adulta.
Esses avanços impactam positivamente tanto no desempenho profissional quanto pessoal, proporcionando habilidades valiosas para resolução de conflitos e tomadas de decisão acertadas.
Traços psicológicos-chave costumam atingir seu ápice na maturidade
O estudo de Gilles E. Gignac e Marcin Zajenkowski identificou 16 dimensões psicológicas, incluindo os cinco grandes traços de personalidade, que geralmente se desenvolvem e se otimizam com a idade.
As seguintes dimensões apresentam padrões de melhora significativa ao longo dos anos:
- Responsabilidade: Sobe gradualmente e costuma atingir níveis elevados por volta dos 65 anos.
- Estabilidade emocional: Melhora com o tempo, chegando ao máximo próximo dos 75 anos.
- Abertura e amabilidade: Também podem aumentar, trazendo vantagens cognitivas e sociais.

A experiência e as habilidades compensam mudanças biológicas no trabalho
A experiência e o desenvolvimento de certas habilidades com a idade podem compensar eventuais declínios físicos ou cognitivos. Este fato é relevante para políticas de aposentadoria e para os critérios de seleção de profissionais em cargos de liderança.
Pessoas entre 50 e 60 anos demonstram julgamento equilibrado e tomada de decisões ponderada, qualidades essenciais em ambientes de alta complexidade, como o político ou empresarial. Inclusive, pesquisas recentes têm mostrado que a capacidade de lidar com situações de ambiguidade e incerteza também tende a crescer na maturidade, reforçando sua importância em funções estratégicas.
A meia-idade representa potencial psicológico, não declínio
Em vez de considerar a meia-idade como um declínio inevitável, os achados sugerem vê-la como um período de máximo desenvolvimento psicológico. Avaliar mais as competências reais, e menos a idade cronológica, enriquece o reconhecimento do valor da maturidade.
Com essa nova perspectiva, é possível influenciar tanto as políticas públicas quanto a percepção coletiva, incentivando a ver a maturidade como uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Além disso, programas de desenvolvimento pessoal voltados para adultos e idosos podem se beneficiar dessas descobertas, estimulando ainda mais o aproveitamento do potencial psicológico ao longo da vida.







