Os golfinhos são criaturas fascinantes por diversos motivos, mas um dos comportamentos mais curiosos está ligado ao sono. Ao contrário dos humanos e de muitos outros mamíferos, os golfinhos desenvolveram uma habilidade surpreendente: dormir com apenas metade do cérebro de cada vez. Neste artigo, vamos entender por que os golfinhos dormem assim, como isso funciona biologicamente e o que podemos aprender com essa incrível adaptação evolutiva.
O sono uni-hemisférico: o que é isso?
O sono uni-hemisférico é um tipo de descanso em que somente um dos hemisférios cerebrais entra em estado de sono profundo, enquanto o outro permanece acordado e funcional. Esse tipo de sono permite que o animal continue nadando, respire conscientemente e mantenha-se alerta a possíveis predadores ou obstáculos no ambiente.

Por que os golfinhos dormem dessa forma?
Os golfinhos são mamíferos aquáticos e, ao contrário dos peixes, não respiram automaticamente pela água. Eles precisam subir à superfície para respirar — o que exige controle consciente da respiração. Dormir com o cérebro totalmente desligado seria perigoso, pois poderiam se afogar. A solução da natureza foi permitir que apenas metade do cérebro descanse por vez, garantindo a sobrevivência e a vigilância constante.
Como é o comportamento de um golfinho dormindo?
Enquanto dorme, um dos olhos do golfinho permanece aberto — o oposto ao hemisfério acordado do cérebro. Esse olho aberto monitora o ambiente e mantém o animal em segurança. Golfinhos dormem de forma intermitente, flutuando ou nadando lentamente em círculos, e costumam descansar por curtos períodos ao longo do dia. Essa estratégia garante que continuem funcionando normalmente sem um sono prolongado como o dos humanos.
Outros animais também têm esse tipo de sono?
Sim! Além dos golfinhos, outras espécies de cetáceos, como botos e baleias, e até alguns pássaros, também praticam o sono uni-hemisférico. Entre as aves, esse comportamento é observado principalmente em espécies migratórias que voam longas distâncias sem parar. Esse tipo de sono parece ser uma adaptação evolutiva em resposta a ambientes que exigem vigilância constante ou atividades ininterruptas.
O que a ciência aprende com os golfinhos?
O estudo do sono dos golfinhos tem gerado insights valiosos sobre o cérebro, neuroplasticidade e até sobre como os humanos podem lidar com privação de sono. Pesquisas nesse campo podem inspirar soluções para profissões que exigem longos períodos de atenção, como pilotos ou controladores de voo. Além disso, ajuda a entender melhor os mecanismos do sono e suas funções no equilíbrio da saúde mental e física.
A natureza nunca deixa de surpreender, e os golfinhos são um excelente exemplo disso. Sua forma de dormir desafia tudo o que conhecemos sobre o sono e mostra como a evolução encontra soluções criativas para manter o equilíbrio entre descanso e sobrevivência. Observar o modo como esses animais dormem é, sem dúvida, mais uma prova de que ainda temos muito a aprender com o reino animal.