O gengibre está presente há séculos na culinária e em práticas tradicionais de cuidado com a saúde, ganhando destaque em 2025 pelo uso como anti-inflamatório natural e pelo cultivo em pequenos espaços urbanos, como vasos, jardineiras ou canteiros, permitindo colher a raiz fresca, com menos exposição a agrotóxicos e alinhada ao movimento de cultivo doméstico de alimentos.
Como plantar gengibre em casa passo a passo
O plantio de gengibre em casa é simples, desde que algumas condições básicas sejam respeitadas. O primeiro passo é escolher um rizoma saudável, com casca firme, sem partes muito moles, sem odor desagradável e, de preferência, com alguns “olhinhos” (pequenos brotos em formação). Rizomas comprados em feiras ou mercados costumam funcionar bem para iniciar o cultivo doméstico, especialmente se forem de origem mais fresca e recente, o que favorece o brotamento.
Depois da escolha do rizoma, é importante definir o local onde a planta ficará, priorizando ambientes de meia-sombra, com boa luminosidade indireta e proteção contra sol forte o dia todo. Em apartamentos, sacadas iluminadas e áreas próximas a janelas são boas opções; em casas, varandas e locais com luz filtrada por outras plantas funcionam bem, especialmente em clima ameno a quente, desde que o solo esteja bem cuidado e protegido de ventos muito fortes, que podem danificar as folhas do gengibre.

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Qual é o melhor vaso, solo e quais cuidados garantem um bom cultivo de gengibre
Para que o gengibre se desenvolva, o tipo de recipiente faz diferença: vasos largos, jardineiras ou baldes adaptados, com pelo menos 30 cm de profundidade, favorecem o crescimento horizontal dos rizomas. É essencial que tenham furos de drenagem para evitar acúmulo de água e apodrecimento da raiz, lembrando de esvaziar o prato sob o vaso sempre que houver excesso de água acumulada, o que também ajuda a evitar a proliferação de mosquitos.
O preparo do solo deve priorizar um substrato solto, fértil e bem drenado, favorecendo a circulação de ar e o desenvolvimento dos rizomas. Uma combinação caseira muito usada e eficiente inclui os seguintes componentes em partes iguais:
- 1 parte de terra comum bem peneirada;
- 1 parte de composto orgânico ou húmus de minhoca;
- 1 parte de areia grossa ou perlita para melhorar a drenagem.
Após encher o vaso, o gengibre é colocado com os “olhos” voltados para cima, a cerca de 3 a 5 cm de profundidade, podendo-se plantar um ou mais pedaços, desde que haja espaço entre eles para que se espalhem. A rega deve manter o solo levemente úmido, mas nunca encharcado, ajustando a frequência de acordo com o clima: em dias quentes, geralmente em dias alternados; em períodos mais frios, o intervalo pode ser maior, sempre evitando deixar o substrato completamente seco por muitos dias seguidos.
Se você gosta de cultivo, separamos esse vídeo do canal Cultivando ensinando a plantar gengibre em casa:
Quais são os principais benefícios anti-inflamatórios e digestivos do gengibre
O gengibre é conhecido pelo conteúdo de compostos bioativos, como gingerol, shogaol e zingerona, associados ao potencial anti-inflamatório e antioxidante. Essas substâncias ajudam a modular processos inflamatórios do organismo, o que justifica o uso tradicional da planta para aliviar desconfortos em articulações, garganta irritada e alguns tipos de dor leve, além de auxiliar na digestão em certas pessoas, especialmente após refeições mais pesadas ou ricas em gorduras.
Na rotina, o consumo de gengibre costuma ocorrer em pequenas quantidades, incorporado à alimentação em diferentes preparações culinárias. Entre as formas mais comuns de uso estão o chá de gengibre fresco ou seco, pedaços da raiz em sucos e vitaminas, temperos para sopas, carnes, peixes e legumes, além de gengibre ralado em chás com limão; porém, gestantes, pessoas que usam anticoagulantes ou com doenças pré-existentes devem consultar um profissional de saúde antes de aumentar muito o consumo.

Como colher armazenar e aproveitar o gengibre plantado em casa
O ciclo do gengibre é relativamente longo, e a colheita costuma começar entre 8 e 10 meses após o plantio, dependendo do clima e dos cuidados. Quando as folhas começam a amarelar e secar, é um sinal de que parte do rizoma já está pronta para ser retirada, permitindo colher aos poucos e manter o restante no solo para continuar se desenvolvendo, o que garante uma oferta mais contínua ao longo do ano.
Para colher, é comum cavar com cuidado, usando as mãos ou uma pequena pá, evitando danificar os rizomas e aproveitando melhor a produção. Após a retirada, recomenda-se lavar bem sob água corrente para remover o excesso de terra, secar com pano limpo ou papel toalha e guardar na geladeira, em compartimento de hortaliças, envolto em papel ou em pote fechado, podendo também congelar pedaços descascados ou ralados, ou ainda desidratar fatias finas em forno baixo para uso posterior em infusões, caldos ou chás de gengibre com limão e mel.










