O inhame (Dioscorea alata L.), um tubérculo essencial em diversas culturas, é valorizado não apenas como alimento básico, mas também por suas extensas propriedades medicinais. Conhecido popularmente por seu potencial de fortalecimento imunológico, o inhame é um concentrado de vitaminas, minerais, e compostos bioativos, como o amido resistente e a diosgenina. Esses componentes conferem benefícios terapêuticos cruciais para a saúde, o metabolismo e o sistema de defesa do organismo.
Este artigo explora as principais propriedades curativas do inhame e fornece orientações sobre seu cultivo, com foco em:
- O potencial de fortalecimento imunológico e a ação anti-inflamatória do inhame.
- O suporte à saúde digestiva e o efeito no controle da glicemia.
- O método correto para plantar pedaços germinados do tubérculo.
Fortalecimento imunológico e ação anti-inflamatória
O inhame é um poderoso aliado do sistema imunológico. Sua propriedade curativa deve-se à riqueza em vitaminas antioxidantes (como a Vitamina C) e à presença de compostos bioativos, incluindo mucilagens e diosgenina, que possuem ação anti-inflamatória. Esses princípios ativos ajudam a modular a resposta imunológica e a combater a inflamação de baixo grau, um fator associado a diversas doenças crônicas. De acordo com o estudo de Corbucci e colaboradores, que investigou espécies de Dioscorea:
“Extratos de tubérculos de Dioscorea sp. demonstraram aumentar a atividade de macrófagos e a produção de citocinas imunes, evidenciando seu papel no fortalecimento da resposta imunológica” (CORBUCCI et al., 2017).

Suporte à saúde digestiva e controle glicêmico
O inhame contribui significativamente para a saúde digestiva, principalmente devido ao seu alto teor de amido resistente e fibras. O amido resistente atua como um prebiótico, nutrindo a flora intestinal benéfica e melhorando a absorção de nutrientes. Essa composição também confere um benefício terapêutico no controle glicêmico. As fibras e o amido resistente retardam a absorção de glicose, ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis, o que é relevante para a prevenção da resistência à insulina. A pesquisa de T. M. H. Van der Waal e colaboradores, publicada na Nutrition Reviews, apoia essa propriedade.
“O amido resistente dos tubérculos Dioscorea spp. possui um efeito de índice glicêmico baixo, sendo crucial para a saúde metabólica ao melhorar a sensibilidade à insulina e a função intestinal” (VAN DER WAAL et al., 2019).
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Como plantar inhame pedaços germinados
O inhame é facilmente cultivado a partir de pedaços do próprio tubérculo. A técnica consiste em utilizar o tubérculo que já está em processo de germinação ou forçar a brotação para garantir o sucesso do plantio. A melhor época para o plantio no Brasil é no início da estação chuvosa (entre setembro e novembro).
Preparação e Plantio
- Seleção do Tubérculo: Escolha inhames saudáveis que já apresentem “olhos” ou brotos (gemas) em sua superfície.
- Corte Germinado: Corte o inhame em pedaços (cerca de 5 a 7 cm) garantindo que cada pedaço contenha pelo menos um broto.
- Secagem: Deixe os pedaços cortados secar à sombra por 1 a 2 dias. Isso cria uma camada protetora que previne o apodrecimento no solo.
- Plantio: Plante os pedaços com o broto voltado para cima, a uma profundidade de 5 a 10 cm. Recomenda-se fazer o plantio em montículos para garantir boa drenagem, pois o inhame não tolera encharcamento.
O inhame necessita de solo fértil, rico em matéria orgânica e, fundamentalmente, drenado para evitar doenças. Confira o vídeo abaixo do canal A roça do Leão ensinando a plantar inhame:
Inhame um suporte completo da natureza
O inhame é um tubérculo com propriedades curativas essenciais, oferecendo um duplo benefício terapêutico: suporte imunológico e saúde metabólica. A validação científica de seus compostos bioativos, como a diosgenina e o amido resistente, reforça seu papel como um alimento funcional indispensável. Cultivar e consumir o inhame é uma forma eficaz de integrar a botânica medicinal na rotina.
- O inhame fortalece o sistema imunológico e possui ação anti-inflamatória devido aos seus antioxidantes e diosgenina.
- Seu amido resistente promove a saúde digestiva e auxilia no controle glicêmico por ser um prebiótico.
- O plantio de pedaços germinados em solo bem drenado é o método mais eficiente para seu cultivo.
Referências Bibliográficas
- CORBUCCI, S. P. et al. Anti-inflammatory activities of extracts from Dioscorea spp. (yam) in experimental models. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 27, n. 4, p. 509-515, 2017.
- VAN DER WAAL, T. M. H. et al. Resistant starch in yams and its implications for metabolic health: a review. Nutrition Reviews, v. 77, n. 1, p. 58-71, 2019.









