Faltam poucos dias para o Oscar 2025, que acontece no domingo, 2 de março. Muita gente está correndo atrás dos últimos filmes indicados para chegar preparada na premiação. A boa notícia é que você pode assistir a alguns candidatos sem gastar nada. Três curtas-metragens indicados estão disponíveis de graça no YouTube, nos canais do The New Yorker e The New York Times.
Esses filmes competem nas categorias de Melhor Curta-Metragem e Melhor Documentário de Curta-Metragem. São histórias bem diferentes entre si, que vão desde questionamentos sobre identidade até denúncias sobre violência policial. É uma chance única de conhecer obras de qualidade que estão concorrendo ao maior prêmio do cinema mundial.
O que você vai encontrar nos três curtas gratuitos?
Os três filmes disponíveis são “I’m Not a Robot”, “Incident” e “Instruments of a Beating Heart”. Cada um traz uma abordagem completamente diferente e mostra como o formato de curta-metragem pode ser poderoso para contar histórias marcantes em pouco tempo.
“I’m Not a Robot” é o mais acessível dos três porque tem uma premissa que todo mundo já viveu. Sabe aqueles testes chatos de “Não sou um robô” que aparecem na internet? O filme parte dessa situação do dia a dia para criar uma reflexão profunda sobre identidade humana. Com 22 minutos de duração, está no canal do The New Yorker, mas só tem legendas em inglês e holandês por enquanto.
Por que “I’m Not a Robot” se destaca entre os indicados?
Dirigido por Victoria Warderman, este curta holandês consegue transformar uma ansiedade muito atual em uma história de ficção científica inteligente. A protagonista Lara falha várias vezes no teste Captcha e começa a questionar se ela mesma não seria um robô comprado pelo namorado. Parece absurdo, mas o filme usa essa paranoia para falar sobre dominação e relações de poder.
A atuação de Ellen Parren é impressionante. Ela consegue transmitir toda a ansiedade e confusão da personagem de forma muito real. O filme fala sobre temas super atuais como inteligência artificial e relacionamentos tóxicos, mas sem ser pesado ou complicado demais. É bem melhor que muitos longas-metragens que tentam abordar os mesmos assuntos.
Como “Incident” denuncia a violência policial?
“Incident”, dirigido por Bill Morrison, é um documentário de 30 minutos que vai direto ao ponto. O filme usa apenas imagens de câmeras policiais e de segurança para recontar um tiroteio fatal envolvendo um policial de Chicago. Não tem narração nem trilha sonora, apenas as imagens cruas dos fatos.
O resultado é perturbador e necessário. O filme mostra claramente que o policial agiu de forma injustificada e mentiu sobre os motivos do tiroteio. É uma denúncia poderosa sobre a violência policial nos Estados Unidos, feita de forma objetiva e impactante. Está disponível no canal do The New Yorker com legendas em inglês.
O que “Instruments of a Beating Heart” ensina sobre educação?
O terceiro filme gratuito é “Instruments of a Beating Heart”, dirigido por Ema Ryan Yamazaki. Este documentário de 23 minutos acompanha estudantes de uma escola pública de Tóquio se preparando para uma apresentação da “Ode à Alegria” de Beethoven. Pode parecer simples, mas o filme mostra muito sobre a educação japonesa.
A diretora filmou os alunos em 2022 e capturou como a cooperação e a responsabilidade são ensinadas desde cedo no Japão. É interessante ver como as crianças lidam com a pressão de trabalhar em grupo e superar suas limitações individuais. O filme está no canal do The New York Times e tem legendas em português, o que facilita bastante para o público brasileiro.
Vale a pena assistir aos curtas do Oscar?
Com certeza vale. Os curtas-metragens do Oscar sempre trazem histórias que você não vai encontrar em outros lugares. São produções independentes, feitas por diretores que querem contar algo específico e importante. Como são curtos, você pode assistir aos três em uma tarde e sair com uma visão bem ampla do que está rolando no cinema mundial.
Além disso, é uma forma de se preparar para a premiação e entender melhor as categorias que geralmente passam despercebidas. Os curtas costumam ser mais experimentais e ousados que os longas, então é uma oportunidade de ver cinema diferente. E o melhor: tudo de graça, no conforto de casa, com apenas alguns cliques no YouTube.










