Na verde e inovadora Melbourne, na Austrália, as árvores são tratadas como cidadãs: cada uma tem um número de identificação, endereço próprio e pode ser adotada pelos moradores. Isso mesmo — é possível “escrever” para uma árvore, receber resposta (às vezes até com humor) e acompanhar sua saúde pela internet.
Essa ideia criativa e ecológica faz parte do Urban Forest Project, um programa de conservação urbana que tornou as árvores protagonistas da cidade inteligente e afetiva.
Como funciona o sistema de adoção de árvores em Melbourne?
A cidade mapeou mais de 70 mil árvores urbanas e atribuiu a cada uma:
- Um número de identificação único
- Um “endereço digital” dentro do mapa interativo da prefeitura
- Informações como espécie, idade estimada e estado de saúde
Moradores e visitantes podem:
- “Adotar” uma árvore online, criando vínculo afetivo e assumindo responsabilidade simbólica
- Enviar e-mails para a árvore, com mensagens de carinho, perguntas ou histórias pessoais
- Receber respostas da prefeitura, que muitas vezes assina como se fosse a própria árvore, com um tom leve e divertido

Por que Melbourne decidiu dar endereços às árvores?
O objetivo inicial era monitorar e cuidar melhor das árvores urbanas, muitas delas centenárias e fundamentais para:
- Reduzir o calor urbano
- Melhorar a qualidade do ar e do solo
- Aumentar a biodiversidade
- Tornar a cidade mais verde, viva e habitável
Mas a iniciativa acabou criando laços emocionais inesperados entre pessoas e natureza urbana, despertando empatia, consciência ecológica e engajamento cívico.
Curiosidades sobre as árvores-cidadãs de Melbourne
- Algumas árvores receberam milhares de mensagens, inclusive de crianças e turistas
- Árvores “respondem” com frases como “obrigado pelo carinho, hoje estou me sentindo bem hidratada”
- O sistema ajudou a detectar pragas e doenças com a colaboração dos cidadãos
- Escolas usam o projeto em aulas de ciência e meio ambiente
- O projeto inspirou iniciativas similares em cidades como Toronto, Barcelona e Singapura
Melbourne mostra que uma cidade inteligente é aquela que cuida do que não fala — mas ainda assim responde. E que ao dar endereço a uma árvore, você se conecta com a raiz da vida urbana sustentável.










