Na organizada e participativa Zurique, maior cidade da Suíça, as decisões escolares vão além da diretoria. Lá, os horários das aulas são definidos com base em votações realizadas entre as famílias dos alunos, promovendo um modelo de gestão compartilhada e adaptada à realidade de cada comunidade escolar.
Essa abordagem valoriza o diálogo entre pais, professores e estudantes, e reforça o princípio suíço de democracia direta aplicada ao cotidiano — inclusive dentro da sala de aula.
Como funciona a escolha dos horários escolares?
- Periodicamente, as escolas realizam consultas públicas com pais e responsáveis, por meio de enquetes digitais ou assembleias presenciais
- As famílias podem opinar sobre início e fim do expediente escolar, horários de pausas e dias de atividades complementares
- A escola apresenta propostas viáveis com base no calendário oficial, e os modelos mais votados são adotados por período letivo
- Algumas unidades também incluem opiniões de alunos mais velhos no processo, promovendo autonomia e cidadania desde cedo
- As direções escolares ajustam a logística com o transporte público e alimentação escolar, respeitando a escolha coletiva
O sistema valoriza a flexibilidade, inclusão de diferentes rotinas familiares e sentimento de pertencimento à comunidade escolar.

Por que Zurique adotou essa prática?
O modelo foi pensado com base nos seguintes objetivos:
- Conciliar a rotina das famílias com o cotidiano escolar, especialmente em contextos de trabalho flexível
- Estimular a participação ativa dos pais nas decisões educacionais
- Reduzir conflitos e reclamações com decisões impostas de cima para baixo
- Tornar a escola mais adaptada ao bairro em que está inserida, respeitando as necessidades locais
A iniciativa também fortalece o vínculo de confiança entre escola e comunidade, um dos pilares da educação suíça.
Curiosidades sobre a escolha dos horários em Zurique
- Algumas escolas oferecem modelos mistos, com dias de aula em turno único e outros com atividades alternadas
- A cidade já testou horários mais tardios para adolescentes, com resultados positivos no rendimento escolar
- O processo de votação tem regras claras para evitar impasses e respeitar as particularidades pedagógicas e legais
- O sistema é usado também para decidir cardápios, temas de projetos e até mudanças em estruturas físicas escolares
- A prática inspirou projetos-piloto em outras cidades suíças e europeias, como Genebra e Munique
Zurique mostra que educar também é ouvir — e que quando a escola respeita o tempo de todos, o aprendizado se torna mais coletivo e eficaz.










