Na democrática e inovadora Grenoble, no sudeste da França, a participação cidadã começa cedo — literalmente. A cidade implantou um modelo pioneiro onde crianças participam ativamente da decisão sobre parte do orçamento municipal, opinando e votando em projetos que impactam seu cotidiano, como escolas, praças, bibliotecas e espaços de lazer.
Essa experiência de orçamento participativo infantil é levada a sério, com processos organizados, acompanhamento pedagógico e resultados reais que influenciam diretamente a gestão da cidade.
Como funciona o orçamento participativo infantil em Grenoble?
O programa é conduzido de forma organizada e educativa:
- Crianças de 8 a 12 anos, estudantes das escolas públicas da cidade, são convidadas a participar de assembleias e oficinas
- Elas aprendem como funciona o orçamento público e são incentivadas a apresentar ideias para melhorar seu bairro ou escola
- As propostas vão desde parquinhos e hortas escolares até bibliotecas móveis e espaços de recreação para todos
- Após debate e avaliação técnica da viabilidade, os próprios alunos votam nas melhores ideias
- Os projetos escolhidos são realmente executados pela prefeitura, com placas e reconhecimento aos jovens autores
A cada ciclo, centenas de crianças participam, transformando seu entorno com protagonismo.

Por que Grenoble apostou nas crianças como decisores?
A proposta faz parte de um plano maior de cidadania ativa e educação democrática, com objetivos como:
- Ensinar desde cedo sobre direitos, deveres e processos públicos
- Criar senso de pertencimento, responsabilidade e orgulho pelo espaço urbano
- Estimular o diálogo, a criatividade e a empatia na tomada de decisões coletivas
- Formar gerações mais conscientes, participativas e engajadas politicamente
Além disso, a cidade reconhece que as crianças vivem e sentem a cidade de um jeito único — e suas ideias costumam ser práticas, criativas e inclusivas.
Curiosidades sobre o projeto de Grenoble
- Uma das propostas mais votadas foi a criação de cabanas de leitura em parques públicos
- As crianças participam de cerimônias de entrega dos projetos e acompanham sua execução
- O orçamento destinado ao programa é fixado anualmente e pode representar até 5% do total dedicado a espaços educacionais e públicos
- Outras cidades francesas, como Nantes e Lyon, estudam replicar o modelo
- Os pais e professores relatam aumento no interesse das crianças por temas como política, meio ambiente e urbanismo
Grenoble mostra que cidadania se aprende praticando — e que dar voz às crianças é apostar num futuro urbano mais justo, criativo e verdadeiramente participativo.










