Em Santa Cruz del Quiché, uma cidade no interior da Guatemala, aprender vai muito além da sala de aula. Lá, as próprias escolas são construídas com materiais recicláveis, como garrafas PET, pneus e plásticos compactados — e os alunos participam ativamente da construção, transformando o ambiente escolar em um verdadeiro projeto de educação ambiental e cidadania.
Essa iniciativa é parte de um movimento local e sustentável que ensina, desde cedo, o valor da cooperatividade, do reuso de materiais e da responsabilidade com o planeta.
Como funciona a construção de escolas com materiais reciclados?
O projeto é liderado por ONGs e professores locais em parceria com comunidades:
- Alunos, famílias e voluntários coletam materiais recicláveis, como garrafas plásticas, sacolas, areia e latas
- As garrafas são preenchidas com resíduos limpos e compactados, formando os chamados “eco-ladrilhos”
- Esses blocos são usados para construir paredes, bancos, muros e salas de aula inteiras
- O processo é acompanhado por engenheiros e arquitetos que adaptam a técnica à realidade local
- Cada etapa é integrada ao currículo escolar, envolvendo matemática, ciências e trabalhos manuais
Assim, o aprendizado acontece na prática — e se transforma em algo concreto.

Por que Santa Cruz del Quiché adotou essa prática?
A cidade enfrentava desafios como:
- Falta de verba para infraestrutura educacional
- Grande acúmulo de lixo e dificuldade no descarte correto de resíduos
- Necessidade de educar crianças sobre meio ambiente de forma prática e engajadora
- Vontade de fortalecer o senso de comunidade, pertencimento e trabalho coletivo
O projeto se espalhou para outras cidades da Guatemala e até outros países da América Central.
Curiosidades sobre as escolas recicláveis de Santa Cruz del Quiché
- Uma escola pode ser construída com mais de 10 mil garrafas recicladas
- Os muros feitos com eco-ladrilhos são térmicos e resistentes a terremotos
- Algumas escolas têm murais com assinaturas dos alunos que ajudaram na obra
- Os projetos costumam envolver festas comunitárias e cerimônias de inauguração com a participação de toda a região
- A técnica inspirou comunidades no México, Honduras e até em regiões rurais do Brasil
Santa Cruz del Quiché mostra que a educação pode, sim, ser construída com as próprias mãos — e que, quando se aprende fazendo, a escola deixa de ser um prédio e vira um legado vivo para o futuro.










