No coração de Copenhague, capital da Dinamarca, existe uma comunidade que parece funcionar fora das regras do mundo moderno. Trata-se de Christiania, também conhecida como Cidade Livre de Christiania, um experimento social e urbano onde os moradores praticam compartilhamento radical — inclusive de comida, moradia, bicicletas e até roupas.
Fundada nos anos 1970 por hippies, artistas e ativistas que ocuparam uma antiga área militar abandonada, Christiania se transformou em um modelo de vida comunitária única na Europa, onde o coletivo tem prioridade sobre o individual.
Como funciona a vida comunitária em Christiania?
Christiania abriga cerca de 800 a 1.000 pessoas, que vivem segundo princípios de:
- Autogestão e democracia direta: todas as decisões são tomadas em assembleias abertas.
- Propriedade coletiva: ninguém é dono de casa ou terreno, tudo pertence à comunidade.
- Troca e colaboração: ao invés de consumo individual, há bancos de roupas compartilhadas, oficinas coletivas e hortas comunitárias.
- Compartilhamento radical: roupas, utensílios, livros, bicicletas e até ferramentas são de uso comum — disponíveis para quem precisar.
Esse estilo de vida promove sustentabilidade, igualdade e criatividade, sendo uma alternativa visível ao modelo capitalista tradicional.

Por que Christiania ainda existe?
Apesar de várias tentativas do governo dinamarquês de desmantelá-la, Christiania resistiu por meio do diálogo e da organização interna sólida. Em 2011, um acordo legal permitiu que os moradores comprassem coletivamente os direitos sobre o terreno, tornando a comunidade parcialmente regularizada.
Hoje, Christiania é considerada:
- Uma das atrações turísticas mais visitadas da Dinamarca
- Um símbolo de contracultura e autonomia urbana
- Um laboratório vivo de novos modelos sociais e econômicos
Curiosidades sobre Christiania
- Christiania tem sua própria bandeira, regras e até moeda informal, usada apenas dentro da comunidade.
- Carros são proibidos — as pessoas se locomovem a pé ou de bicicleta.
- A famosa “Pusher Street” já foi centro do comércio informal de cannabis, o que gerou tensão com as autoridades.
- Há escolas, padarias, cafés, galerias de arte e eventos culturais regulares na comunidade.
- A arquitetura é completamente alternativa, com casas coloridas, construídas com materiais reaproveitados e designs criativos.
Christiania é mais do que um lugar – é um modo de pensar e viver, onde o coletivo supera o individual e onde até as roupas são compartilhadas com base na confiança e solidariedade.










