Na encantadora e democrática Lucerna, na Suíça, o envolvimento dos moradores vai muito além das eleições tradicionais. Lá, os cidadãos têm voz ativa até mesmo na hora de batizar pontes, passarelas e outras estruturas públicas, participando de votações abertas para escolher os nomes desses espaços urbanos.
Esse modelo de decisão colaborativa reforça o senso de pertencimento e transforma cada ponte em símbolo da identidade coletiva de quem vive ali.
Como funciona a escolha dos nomes em Lucerna?
O processo é simples e transparente, com participação direta da população:
- Quando uma nova ponte, passarela ou viaduto é construída, ou mesmo revitalizada, a prefeitura abre uma consulta pública
- Moradores podem sugerir nomes por meio de formulários digitais ou urnas físicas distribuídas pela cidade
- As sugestões são analisadas por uma comissão cultural que seleciona finalistas, respeitando critérios históricos, linguísticos e simbólicos
- Os nomes escolhidos vão para votação popular, geralmente online, com ampla divulgação local
- O nome mais votado é adotado oficialmente, com direito a inauguração e placa comemorativa mencionando a participação cidadã
O processo envolve escolas, idosos, artistas e todos os grupos sociais interessados.

Por que Lucerna adotou essa prática?
A proposta faz parte da filosofia suíça de democracia participativa, e tem objetivos como:
- Fortalecer a identidade local, conectando a população aos espaços públicos
- Valorizar a memória coletiva e as histórias de vida da cidade
- Estimular o senso de pertencimento e orgulho cívico
- Promover a educação cidadã desde cedo, com escolas envolvidas em projetos de nomeação
Além disso, é uma forma de mostrar que a cidade é construída com, por e para seus moradores.
Curiosidades sobre as pontes nomeadas por voto em Lucerna
- Uma ponte foi batizada em homenagem a uma parteira muito querida da região, por votação popular
- Outra ganhou o nome de uma poeta local que escrevia sobre o rio Reuss, que corta a cidade
- As votações costumam receber milhares de sugestões, com nomes que variam de históricos a inusitados e poéticos
- Algumas pontes têm placas com QR codes que contam a história do nome escolhido
- A ideia está sendo considerada para outros espaços, como parques, ciclovias e centros comunitários
Lucerna mostra que nomear é também cuidar — e que dar voz ao povo em detalhes urbanos é um passo poderoso para criar uma cidade mais viva, conectada e cheia de significado.










