Na dinâmica e inovadora Londres, capital do Reino Unido, até os resíduos viram combustível — literalmente. Desde 2017, a cidade opera ônibus movidos com um biocombustível derivado de óleo extraído da borra de café. Isso mesmo: aquele restinho do café que vai para o lixo em cafeterias e escritórios virou energia limpa para o transporte público.
Essa iniciativa faz parte do esforço de Londres para reduzir emissões de carbono e transformar resíduos urbanos em soluções sustentáveis.
Como o café vira combustível em Londres?
O projeto é uma parceria entre a empresa Bio-bean, a Shell e o sistema de transportes de Londres (TfL). O processo é assim:
- Resíduos de café são coletados de cafeterias, restaurantes e empresas locais
- A borra é desidratada e processada para extrair óleo
- Esse óleo é transformado em biocomponente que é misturado ao biodiesel tradicional
- O resultado é um biocombustível B20 (20% de origem renovável), usado nos ônibus da cidade sem alterar os motores existentes
Cada litro de óleo de café ajuda a reduzir emissões de CO₂ em até 10%, comparado ao diesel convencional.

Por que Londres apostou no café como fonte de energia?
A cidade busca ser neutra em carbono até 2030 e precisa de soluções criativas para:
- Diminuir a dependência de combustíveis fósseis
- Reduzir o lixo urbano, especialmente orgânico
- Tornar o transporte público mais limpo e eficiente
- Aproveitar um recurso abundante: só Londres gera mais de 200 mil toneladas de borra de café por ano
O projeto foi bem recebido tanto pela população quanto pelos operadores do transporte.
Curiosidades sobre os ônibus movidos a café em Londres
- Um ônibus pode rodar com combustível feito de cerca de 2.000 xícaras de café por dia
- A Bio-bean também transforma borra de café em lenha ecológica e pellets para aquecimento
- A iniciativa inspirou outras cidades europeias a estudar combustíveis alternativos com base em resíduos
- Os ônibus não têm cheiro de café, mas são identificados com adesivos sobre a origem do combustível
- O sistema já foi ampliado para incluir resíduos de outras fontes orgânicas, como óleos vegetais de cozinha
Londres mostra que a sustentabilidade pode estar no fundo da xícara — e que com inovação, até o lixo do café da manhã pode ajudar a mover uma cidade inteira.










