O estudo recente revela que o fundo do oceano pode funcionar como um expressivo reservatório de dióxido de carbono (CO₂), esclarecendo o papel das profundezas marinhas na regulação do clima global e abrindo novos horizontes para estratégias de mitigação das mudanças climáticas. Elementos presentes na crosta oceânica são decisivos para entender os complexos ciclos climáticos e químicos do planeta, sendo as brechas de talude grandes protagonistas no armazenamento de CO₂ sob o leito marinho.
Como as brechas de talude conseguem capturar CO₂ nas profundezas oceânicas
Os pesquisadores descobriram que essas estruturas acumuladas de escombros de lava são muito eficientes em guardar carbono, especialmente em regiões de lenta expansão do oceano Atlântico Sul. Os núcleos rochosos analisados, de idades variando entre 7 e 61 milhões de anos, revelam entre 4,9% e 14,1% do peso em carbono, mostrando um potencial notável que antes era subestimado por cientistas.
Isso ocorre pela estrutura porosa dessas formações, que permite a infiltração e aprisionamento de CO₂ mineral ao longo de milhões de anos. Vale ressaltar que esse tipo de armazenamento natural pode servir de parâmetro para iniciativas futuras de sequestro de carbono em escala global.

Quais são os principais fatores envolvidos no armazenamento de CO₂ nas brechas de talude
A compreensão desse processo exige considerar aspectos que favorecem o acúmulo duradouro de carbono nas rochas. Abaixo, estão listados alguns dos elementos-chave que influenciam essa capacidade de armazenamento:
- Porosidade e permeabilidade das formações rochosas
- Interação química entre a água do mar e a crosta oceânica
- Taxa de deposição e renovação da crosta oceânica
- Idade geológica das brechas de talude analisadas
Como as formações profundas de rochas influenciam a regulação climática atual
A pesquisa mostra que a tectônica oceânica moldou os níveis de CO₂ durante a evolução da Terra. Mudanças nas taxas de crescimento da crosta e na abundância dessas formações podem ter afetado significativamente diferentes períodos climáticos do planeta.
Atualmente, com a crosta oceânica se expandindo a uma taxa de 3,4 km² ao ano, estima-se que tais fluxos modulam cerca de 20% das emissões de CO₂ associadas à formação da crosta. Isso ilustra a importância desses mecanismos naturais na regulação do clima em larga escala.
Pedro Loss, em seu perfil @opedroloos, explicou um pouco sobre contextos do tema:
@opedroloos Como podemos DESCARBONIZAR o planeta?🌎 Nós podemos tanto remover o carbono da atmosfera – que é onde ele mais causa problemas – quando evitar as emissões, como quando você vai para a academia de carro fazer esteira👀 A vida é mais interessante quando #AconteceUmaQuimica no nosso dia-a-dia! #AconteceUmaQuimica #ciencia #pedroloos ♬ original sound – Pedro Loos
O que essas descobertas podem representar para o avanço dos estudos do ciclo do carbono
Os novos dados desafiam e ampliam as estimativas atuais sobre o ciclo global do carbono, mostrando que o fundo do oceano desempenha papel muito mais expressivo que o estimado previamente. Entender essas dinâmicas é essencial para modelar com precisão como os processos naturais controlam o clima.
Além disso, essa abordagem pode inspirar estratégias de mitigação das mudanças climáticas, aproveitando mecanismos naturais de armazenamento de CO₂. Os resultados reforçam a importância de pesquisas contínuas no Atlântico Sul e em outras regiões similares.
Por fim, embora o estudo do fundo do oceano costume ser pouco explorado, fica evidente sua crescente relevância no contexto do ciclo global do carbono. As novas descobertas sobre a capacidade de armazenamento de carbono nas profundezas oceânicas são promissoras e indicam a necessidade de concentrar pesquisas futuras nesse sistema submerso para melhor compreender e proteger o clima terrestre.









