Nos últimos anos, a pesquisa sobre demência avançou significativamente, trazendo inovações como o desenvolvimento de um teste de sangue que diagnostica Alzheimer com alta precisão. A compreensão dos fatores de risco associados à condição também evoluiu, identificando hábitos de vida e condições modificáveis como influências importantes. Um relatório de demência publicado em 2024 na revista The Lancet trouxe novos dados relevantes à prevenção.
Dois novos fatores de risco modificáveis foram identificados
Um dos avanços mais impactantes foi a descoberta de dois novos fatores de risco modificáveis: colesterol alto após os 40 anos e perda de visão não tratada. Estudos recentes sobre essas condições forneceram mais evidências sobre como elas influenciam o risco de desenvolver demência, somando-se a outros fatores já conhecidos.
Desde 2020, pesquisadores listaram 12 fatores de risco modificáveis, incluindo inatividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool e poluição do ar. A inclusão dos dois novos fatores mostra a importância de ampliar o conhecimento para estratégias de prevenção.
Como a perda de visão e o colesterol alto afetam o cérebro
A perda de visão pode limitar a participação em atividades que estimulam o cérebro, como leitura ou interação social, fundamentais para a prevenção da demência. Muitas vezes, ela está relacionada a condições metabólicas como pressão alta e diabetes.
Já o colesterol LDL alto favorece o endurecimento dos vasos sanguíneos cerebrais, dificultando o fornecimento de oxigênio ao cérebro e contribuindo para lesão neuronal, que está no centro do processo neurodegenerativo da demência.

A saúde do coração influencia diretamente o cérebro
Problemas cardiovasculares, como colesterol elevado, têm correlação direta com o endurecimento dos vasos sanguíneos cerebrais. Por isso, muitas orientações médicas reforçam que os cuidados com o coração beneficiam também a saúde do cérebro.
A seguir, veja algumas condições que prejudicam tanto o coração quanto o cérebro:
- Pressão arterial elevada
- Colesterol alto
- Diabetes mal controlada
- Tabagismo e sedentarismo
Quais atitudes ajudam a reduzir o risco de demência
Ter um bom acompanhamento médico é fundamental para controlar fatores de risco, como colesterol e pressão arterial, por meio de medicamentos, dieta e exercícios. Esses cuidados devem começar desde a meia-idade para prevenir o início da demência.
Além da gestão médica, testes capazes de identificar sinais precoces da doença e marcadores genéticos já estão disponíveis. Adotar hábitos saudáveis pode evitar cerca de 40% dos casos, ainda que fatores genéticos estejam presentes.
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Mudar hábitos pode retardar ou mitigar os efeitos da demência
O cérebro é altamente maleável, o que significa que adotar novos hábitos saudáveis pode beneficiar pessoas em qualquer fase da vida, inclusive idosos. Mudanças no estilo de vida não apenas atrasam a demência como promovem a saúde cerebral geral.
Portanto, além do peso genético, escolhas cotidianas e cuidados com a saúde representam uma estratégia eficaz para um envelhecimento cognitivo saudável.










