Imagina Spinoza sentado num banquinho em Goiânia, olhando o céu laranja lá pros lados do cerrado, falando manso que esse mundão inteiro, do grilo na grama ao barulho dos carros, tá tudo dentro de Deus, uai.
Como seria Spinoza se tivesse crescido em Goiânia?
Se Spinoza fosse goiano, ia ser aquele sujeito quieto, de olho brilhando, que fica reparando em tudo: no ipê florido, na fumaça do asfalto quente, no cheiro de café passado na cozinha, vendo Deus espalhado em cada trem desses, sem precisar de barulho nem de discurso.

O que ele quer dizer com esse negócio de tudo estar em Deus?
Quando Spinoza fala “Tudo que existe é em Deus, e nada pode ser concebido sem Deus.”, ele tá dizendo que Deus não é um ser separado, lá longe, é mais tipo o próprio tecido do mundo, igual o chão vermelho do cerrado que sustenta árvore, formiga, gente e estrada, tudo junto, tudo misturado.
No jeito goiano de falar, dá para sentir essa ideia como se fosse assim: cada coisinha que existe, da pamonha na mesa até o vento que passa na praça, tá mergulhada nesse Deus grande, que não fica só olhando, mas é o próprio funcionamento da vida, rodando quieto por trás de tudo.
- Quando cê sente paz só de ver o sol se pondo lá no horizonte, parece que Deus tá ali, na cor do céu.
- Quando a chuva cai depois de um calorão e o cheiro de terra sobe, a gente sente algo maior respirando junto.
- Quando a conversa na calçada flui sem pressa, é como se o tempo abrisse espaço pra um silêncio cheio de sentido.
- Quando o coração acalma só de ouvir o canto de um passarinho, dá vontade de dizer que Deus mora nesses detalhes.
Como essa ideia de Deus no mundo conversa com o jeito goiano de sentir a natureza?
Goiano já tem esse costume de olhar pro tempo, pro céu, pro mato, pro ritmo da cidade crescendo devagar, e sentir que tem algo mais profundo ali, então a visão de Spinoza encaixa bonito nesse jeito manso de perceber Deus espalhado no cerrado inteiro.
O perfil @cauesantospodcast trouxe a explanação da ideia do autor:
@cauesantospodcast O “Deus de Spinoza” é uma das ideias mais fascinantes da filosofia. Para Baruch Spinoza, filósofo do século XVII, Deus não era uma figura pessoal, que escuta orações ou intervém nos acontecimentos do mundo. Para ele, Deus é a própria natureza — infinito, eterno, presente em tudo o que existe. Em sua visão, tudo no universo, desde as estrelas até os seres humanos, é uma expressão desse mesmo Deus. Não há separação entre Criador e criação: o próprio cosmos é a manifestação divina. Esse pensamento ficou conhecido como panteísmo, onde Deus não está “fora”, mas “dentro” de todas as coisas. Assim, compreender a natureza e suas leis seria, para Spinoza, compreender a essência do divino. E para você: faz sentido pensar em Deus como a própria natureza? #Spinoza #Filosofia #Deus ♬ som original – cauesantospodcast
Como essa filosofia pode deixar a vida mais serena em Goiânia?
Spinoza acreditava que, quanto mais a gente entende como tudo funciona, mais a alma sossega, porque para ele conhecer Deus era aprender a enxergar a ordem escondida por trás das coisas, algo que combina demais com quem senta na varanda só pra ver o tempo passar, sem pressa.
- Perceber que não existe separação total: o que cê sente, pensa e faz tá ligado ao resto do mundo, igual riacho que encontra o rio maior.
- Olhar para as situações difíceis e tentar entender o porquê delas, em vez de só reclamar, como quem estuda o clima antes de plantar.
- Buscar uma espiritualidade que conversa com o cotidiano, vendo Deus tanto na igreja quanto na sombra de uma mangueira no quintal.
- Deixar o coração menos aflito, sabendo que a vida inteira se desenrola dentro desse mistério maior que envolve tudo.
No final das contas, dá pra imaginar Spinoza olhando o céu de Goiânia no fim da tarde e dizendo, quase num sussurro goiano: tudo que existe, desse pequi espinhento ao seu pensamento mais secreto, tá mergulhado em Deus, sô, e quando a gente sente isso de verdade, o coração aprende a andar mais leve nesse mundão, como quem segue estrada longa confiando no horizonte aberto do cerrado.







