O boldo (Peumus boldus Molina) é uma planta medicinal originária do Chile, amplamente cultivada e reconhecida por suas notáveis propriedades curativas para o sistema digestivo e hepático. Suas folhas são ricas em alcaloides, com destaque para a boldina, além de óleos essenciais. Esses compostos bioativos conferem benefícios terapêuticos poderosos, principalmente a ação colerética (aumenta a produção de bile) e colagoga (facilita a eliminação da bile), essenciais para a digestão de gorduras e a saúde do fígado.
- Possui forte ação digestiva, aliviando a má digestão e a sensação de estômago pesado.
- Apresenta efeito hepatoprotetor, auxiliando a função do fígado e da vesícula biliar.
- Contribui com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Ação colagoga e colerética para a digestão
A principal propriedade medicinal do boldo é o seu efeito estimulante sobre a produção e a eliminação de bile. Este benefício terapêutico, denominado ação colagoga e colerética, é atribuído ao alcaloide boldina, o principal princípio ativo. A boldina ajuda a fluidificar a bile e a aumentar o seu fluxo, facilitando a quebra e a digestão de gorduras, o que é crucial após refeições copiosas. Essa ação rápida alivia a sensação de peso e desconforto gástrico, melhorando a função digestiva geral.
“A boldina, principal alcaloide das folhas de Peumus boldus, demonstrou em estudos farmacológicos um potente efeito colerético e colagogo. Esta propriedade é de grande valor terapêutico para o tratamento de disfunções hepatobiliares e na má digestão de alimentos gordurosos.” (BRUNETON, 2001).

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Efeito hepatoprotetor e antioxidante
Além de estimular o fluxo biliar, o boldo exerce um efeito hepatoprotetor, auxiliando na saúde e proteção das células do fígado. Os flavonoides e a própria boldina atuam como compostos bioativos com ação antioxidante, combatendo os radicais livres que podem causar danos oxidativos ao tecido hepático. Esse benefício terapêutico é vital para o fígado, que é o principal órgão de desintoxicação do corpo, sendo constantemente exposto a toxinas.
“Estudos toxicológicos e farmacológicos demonstraram que os extratos de boldo e o alcaloide boldina exibem propriedades antioxidantes que protegem as células hepáticas (hepatócitos) contra o dano oxidativo induzido por toxinas. Este efeito hepatoprotetor é um importante benefício curativo da planta.” (VALENZUELA et al., 1989).
Como usar corretamente o chá de boldo
Para aproveitar as propriedades curativas do boldo, é essencial saber como preparar e consumir o chá de forma correta e segura, já que a boldina pode ser tóxica em excesso. O método de infusão é o mais indicado.
- Preparação: Utilize 1 colher de chá rasa de folhas secas de boldo (ou uma folha fresca picada) para cada xícara de água fervente.
- Infusão: Despeje a água fervente sobre as folhas e cubra imediatamente. Deixe em infusão por 5 a 10 minutos. O ato de cobrir retém os óleos essenciais.
- Consumo: Consuma o chá morna, 15 a 30 minutos antes das refeições (para estimular o apetite e a bile) ou após as refeições (para aliviar a má digestão).
- Cuidado: O uso do boldo deve ser ocasional e em doses baixas. O uso contínuo ou em altas doses não é recomendado, pois pode sobrecarregar o fígado.
Para você que gosta de ouvir a opinião de um especialista, selecionamos esse vídeo do canal Dr Juliano Teles falando sobre os benefícios dessa planta na saúde:
O boldo é uma planta de ação forte, e a moderação é a chave para o benefício terapêutico.
O estimulante natural do fígado
O boldo é uma planta medicinal poderosa, com propriedades curativas focadas no sistema hepatobiliar. A boldina é o princípio ativo que proporciona a ação colagoga e colerética, essenciais para a digestão eficiente de gorduras e a proteção do fígado. O benefício terapêutico do boldo é comprovado, mas exige responsabilidade no preparo e consumo (preferencialmente por infusão e de forma ocasional), garantindo que seus compostos bioativos atuem de maneira segura e eficaz.
- O alcaloide boldina é responsável pela ação colagoga e hepatoprotetora.
- O chá de boldo é mais eficaz para a digestão quando consumido antes ou logo após as refeições.
- O consumo deve ser ocasional e feito por infusão, para garantir a segurança.
Referências Bibliográficas
- BRUNETON, J. Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. 2. ed. Paris: Lavoisier Publishing, 2001. p. 482.
- MATOS, F. J. A. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2009. p. 295.
- VALENZUELA, A. et al. Boldine: protective effect against induced toxicity in the rat liver. Journal of Hepatology, v. 9, n. 3, p. 308-312, 1989.










