A carqueja é uma das ervas medicinais mais estudadas no Brasil quando o assunto é controle da glicemia. Em diferentes regiões do país, essa planta é usada tradicionalmente como chá para auxiliar pessoas com alteração de açúcar no sangue, e pesquisas acadêmicas passaram a investigar de forma mais sistemática como seus compostos atuam no organismo, em que condições o consumo pode ser considerado seguro e como integrá-la de forma responsável ao tratamento do diabetes e da pré-diabetes.
Como a carqueja ajuda a controlar a glicemia
As partes aéreas da planta concentram substâncias como flavonoides e lactonas amargas, que atuam em etapas do metabolismo da glicose, reduzindo a absorção de açúcar no intestino e favorecendo melhor resposta das células à insulina.
Com essa interferência no trato digestivo, o organismo tende a absorver a glicose de forma mais lenta, o que ajuda a evitar picos de açúcar no sangue após as refeições. Pesquisas em laboratório e em modelos animais sugerem ainda possível ação antioxidante e anti-inflamatória, embora sejam necessários mais ensaios clínicos em humanos para definir doses, tempo de uso e efeitos a longo prazo.

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Formas seguras de consumo da carqueja
No uso cotidiano, a forma mais comum de consumo é o chá de carqueja preparado por infusão leve. A planta não deve ser fervida por muito tempo, para evitar extração excessiva de compostos que podem irritar o estômago ou provocar queda brusca da glicemia, e recomenda-se limitar o consumo a até duas xícaras por dia para adultos saudáveis.
Uma forma simples de preparo, frequentemente indicada em serviços de fitoterapia e que ajuda a manter o sabor e a segurança do uso, é:
- Ferver a água separadamente.
- Desligar o fogo e adicionar a carqueja (seca ou fresca) na água quente.
- Abafar por cerca de 5 a 10 minutos.
- Coar e consumir em temperatura morna ou ambiente, sem excesso de açúcar.
Carqueja substitui medicamentos para diabetes
O chá de carqueja atua como coadjuvante no controle da glicemia, e não como substituto de tratamentos prescritos. Diretrizes nacionais e internacionais, como as da Sociedade Brasileira de Diabetes, indicam mudanças de estilo de vida, acompanhamento multiprofissional e, quando necessário, uso de medicamentos orais ou insulina como base do tratamento do diabetes, sendo a carqueja apenas um complemento quando bem indicado.
Os efeitos da carqueja costumam ser modestos diante de medicamentos específicos, com grande variação individual conforme gravidade do quadro, alimentação e rotina. Interações com remédios hipoglicemiantes podem potencializar a queda de glicose, exigindo monitoramento, e sintomas como tontura, fraqueza, suor frio ou tremores podem sinalizar hipoglicemia, exigindo avaliação imediata.
Se você gosta de ouvir opinião de especialistas, separamos esse vídeo do Dr Juliano Teles mostrando os benefícios do chá de carqueja:
Cuidados importantes para evitar riscos com o chá de carqueja
O consumo de qualquer planta medicinal, incluindo a carqueja, exige atenção a possíveis contraindicações e limites de uso. Em geral, gestantes, lactantes, crianças e pessoas com doenças hepáticas ou renais crônicas não devem utilizar a planta sem liberação expressa do médico, pois doses elevadas e uso prolongado podem causar desconforto digestivo, queda de pressão e alterações na glicemia.
Antes de incluir o chá de carqueja na rotina como apoio ao controle do açúcar no sangue, é indicado adotar algumas medidas de segurança. Essas orientações ajudam a reduzir riscos e favorecem o acompanhamento adequado por profissionais de saúde:
- Informar ao médico sobre todos os medicamentos, suplementos e plantas em uso.
- Checar se há histórico de alergia a plantas da mesma família botânica.
- Começar com quantidades pequenas e observar a resposta do organismo.
- Monitorar a glicemia com a frequência indicada na consulta de rotina.










