Entre as opções de hortaliças que facilitam a vida de quem cultiva alimentos em casa, destaca-se o espinafre perpétuo, também conhecido como espinafre-da-Nova Zelândia ou tetragônia. Essa planta, pouco conhecida no Brasil, apresenta características que a diferenciam do espinafre tradicional, principalmente pela sua resistência ao calor e pela capacidade de se regenerar espontaneamente, tornando-se uma alternativa interessante para quem busca praticidade e colheitas frequentes durante todo o verão. Em alguns estados como São Paulo e Minas Gerais, vem ganhando espaço entre os produtores que buscam aumento de produtividade nos meses mais quentes.
O espinafre perpétuo, cujo nome científico é Tetragonia tetragonioides, tem origem nas regiões costeiras da Nova Zelândia e da Austrália. Sua introdução na Europa aconteceu no início do século XIX, e, desde então, vem conquistando espaço em hortas domésticas por sua rusticidade e valor nutricional. A planta é apreciada por fornecer folhas frescas mesmo quando outras hortaliças de folhas não suportam as altas temperaturas.
Quais são as principais características do espinafre perpétuo?
Ao contrário do espinafre comum, que prefere temperaturas amenas e rapidamente floresce sob calor intenso, o espinafre perpétuo prospera em ambientes quentes e ensolarados. Suas folhas são espessas, de formato triangular e coloração verde vibrante, crescendo em caules rastejantes que cobrem o solo. Essa característica permite que a planta forme um tapete vegetal, ajudando a reter a umidade do solo e a evitar o crescimento de ervas daninhas.
Outro aspecto marcante é a presença de sementes com formato peculiar, dotadas de pequenas projeções semelhantes a chifres. Essas sementes caem naturalmente ao solo ao final do ciclo, germinando espontaneamente na estação seguinte. Assim, o espinafre perpétuo pode se manter por vários anos no mesmo local, exigindo pouca intervenção do cultivador.

Como cultivar o espinafre perpétuo no clima brasileiro?
O cultivo do espinafre perpétuo é simples e adaptável a diferentes tipos de solo, desde que haja boa drenagem. A planta tolera solos pobres, mas responde bem à adição de matéria orgânica, como composto ou húmus. Recomenda-se semear diretamente no local definitivo, agrupando de três a quatro sementes a cada 40 centímetros. Antes do plantio, deixar as sementes de molho em água morna por 24 horas pode acelerar a germinação. Em cidades com climas mais secos, como Brasília, o acompanhamento da umidade do solo pode ser essencial para um bom desenvolvimento das mudas.
- Época de plantio: O período ideal vai de maio a julho, quando o solo já está aquecido.
- Exposição solar: Prefere sol pleno, mas também se desenvolve em meia-sombra, especialmente em regiões muito quentes.
- Rega: Exige regas regulares, principalmente nos primeiros meses, mas suporta curtos períodos de seca quando adulta.
- Manutenção: A planta demanda poucos cuidados após o estabelecimento, sendo necessário apenas controlar a expansão caso ocupe áreas indesejadas.
Como colher e consumir o espinafre perpétuo na alimentação?
A colheita do espinafre perpétuo difere da de outras hortaliças de folhas. Em vez de cortar a planta inteira, recomenda-se retirar apenas as folhas mais jovens e tenras, localizadas nas pontas dos ramos. Esse método estimula o surgimento de novos brotos, permitindo colheitas contínuas durante vários meses, do início do verão até a chegada das primeiras geadas.
- Colha as folhas preferencialmente pela manhã, quando estão mais hidratadas.
- Utilize tesoura ou as mãos para destacar as folhas sem danificar os caules principais.
- Repita a colheita semanalmente, conforme o vigor da planta e a necessidade.
Na culinária, as folhas podem ser consumidas cruas em saladas, quando ainda estão pequenas, ou cozidas em refogados, tortas, omeletes e sopas. O sabor lembra o do espinafre tradicional, porém com textura mais carnuda. Para conservar o excedente, é possível congelar as folhas após um breve branqueamento ou desidratá-las para uso posterior.
Quais são os benefícios nutricionais do espinafre perpétuo?
O espinafre perpétuo apresenta composição nutricional semelhante à do espinafre comum, sendo fonte de vitaminas A e C, ferro e cálcio. Uma vantagem adicional é o menor teor de ácido oxálico, o que facilita a digestão e amplia as possibilidades de consumo para pessoas sensíveis a esse composto. O consumo regular das folhas contribui para uma alimentação variada e rica em micronutrientes essenciais.
Por sua capacidade de se adaptar a diferentes condições climáticas, facilidade de cultivo e valor nutricional, o espinafre perpétuo se consolida como uma alternativa interessante para quem deseja diversificar a horta e garantir folhas frescas mesmo nos meses mais quentes do ano. O manejo simples e a autossuficiência proporcionada pela autosemeadura tornam essa planta uma escolha prática para pequenos e grandes espaços.






