Poucos países ao redor do mundo mantêm tradições milenares que diferem tão fortemente dos padrões globais quanto a Etiópia. Localizada no Chifre da África, essa nação possui uma característica singular em relação à contagem do tempo, sendo o único país onde o ano é dividido em 13 meses. Enquanto grande parte do mundo segue o calendário gregoriano, os etíopes preservam um sistema próprio que influencia diversas áreas da vida cotidiana, desde festas nacionais até registros oficiais.
No calendário utilizado em terras etíopes, o ano é formado por doze meses de 30 dias cada, seguidos de um décimo terceiro mês chamado Pagumē. Este período adicional dura cinco dias — ou seis, nos anos considerados bissextos. Essa peculiaridade faz com que o calendário da Etiópia apresente uma diferença de aproximadamente sete a oito anos em relação ao sistema gregoriano, fazendo com que datas e celebrações ocorram em momentos diferentes do habitual para o restante do mundo.
Como funciona o calendário etíope?
A estrutura do calendário etíope é resultado de uma longa evolução histórica. Inspirado no antigo calendário copta, que tem suas raízes no modelo egípcio, o sistema etíope foi adotado oficialmente e mantido ao longo de séculos. Essa divisão em 13 meses está atrelada à tradição, à religião e ao simbolismo cultural da Etiópia, refletindo aspectos importantes da identidade nacional.
- 12 meses de igual duração, cada um com 30 dias.
- Um mês extra chamado Pagumē, com 5 ou 6 dias.
- Diferença de 7/8 anos em relação ao calendário gregoriano.

Por que a Etiópia segue um calendário diferente?
Uma das razões principais para a manutenção do calendário etíope está relacionada à forte presença da religiāo ortodoxa no país. O calendário foi preservado durante séculos como forma de reafirmar a autonomia cultural e manter tradições que surgiram muito antes da adoção do calendário gregoriano no Ocidente. Além disso, ele é utilizado em cerimônias religiosas, calendários escolares, documentos oficiais e até na vida privada, mostrando sua relevância na rotina local.
A celebração do Ano Novo etíope, chamado Enkutatash, ocorre em setembro, mais especificamente no dia 11 do calendário gregoriano, ou no dia 12 nos anos bissextos. Essa efeméride marca não apenas o início de um novo ciclo, mas também está repleta de significados culturais e históricos para o povo etíope, sendo um dos principais feriados do país.
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Quais as principais curiosidades sobre o calendário etíope?
O calendário da Etiópia surpreende por suas particularidades. Além da divisão peculiar dos meses e da diferença de anos em relação ao padrão global, existem outras curiosidades que despertam a atenção de quem visita ou estuda o país. Os meses recebem nomes próprios e são celebrados com festividades específicas, enquanto o mês Pagumē costuma ser aproveitado para descanso e espiritualidade.
- Origem no antigo Egito: a estrutura básica foi adaptada de calendários ancestrais da região do Nilo.
- Maneira exclusiva de contar os anos: os etíopes consideram o nascimento de Jesus Cristo em uma data diferente da calculada pelo calendário ocidental.
- Persistência da tradição: o uso do sistema está presente tanto em áreas rurais quanto urbanas, integrando diferentes gerações.
Com essa tradição única, a Etiópia se mantém como um país que valoriza sua herança cultural e histórica, colocando em prática um modo distinto de enxergar a passagem do tempo. O calendário de treze meses não só regula a vida etíope, mas também é motivo de orgulho nacional e símbolo de identidade para uma das civilizações mais antigas do planeta.







