O ingá (Inga edulis Mart.), um fruto nativo da Amazônia conhecido popularmente como “ingá-cipó” ou “feijão-sorvete” devido à sua polpa doce e macia, é uma espécie de grande valor na biodiversidade brasileira. Além de seu uso alimentar, o ingá possui propriedades medicinais relevantes, concentradas não apenas no fruto, mas também nas folhas e cascas. Seus compostos bioativos, como taninos e flavonoides, conferem benefícios terapêuticos importantes, especialmente para a saúde do sistema digestivo e a proteção celular.
Este artigo explora as principais propriedades curativas do ingá, com foco em:
- Sua ação adstringente e digestiva, eficaz no tratamento de desarranjos intestinais.
- O potencial anti-inflamatório, utilizado tradicionalmente para aliviar dores e inflamações.
- A atividade antioxidante dos seus compostos fenólicos, que combatem o envelhecimento celular.
Benefícios digestivos e ação adstringente
A principal propriedade curativa associada ao ingá, especialmente em suas folhas e cascas, é a ação adstringente. Essa característica deve-se à alta concentração de taninos, compostos bioativos que têm a capacidade de precipitar proteínas e formar uma camada protetora nas mucosas. Esse mecanismo é altamente eficaz no tratamento de diarreias e disenterias, ajudando a restaurar a consistência fecal e a proteger o revestimento do trato gastrointestinal. De acordo com o livro Plantas Medicinais no Brasil de Lorenzi e Matos:
“As folhas e a casca do caule do ingá são ricas em taninos, substâncias que conferem propriedades adstringentes e antidiarreicas, sendo amplamente utilizadas na medicina popular para o tratamento de afecções intestinais” (LORENZI; MATOS, 2008).

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Propriedade anti-inflamatória e cicatrizante
O ingá possui compostos fenólicos que exibem significativa atividade anti-inflamatória. O uso de extratos da planta pode ajudar a reduzir a inflamação localizada e promover a cicatrização de tecidos, sendo útil tanto para condições internas (como inflamações gástricas) quanto para aplicações tópicas em feridas. Essa propriedade terapêutica é um complemento valioso para a saúde geral, reduzindo o estresse inflamatório no corpo. Um estudo de pesquisa de Silva e colaboradores, publicado na Food Chemistry, reforça o perfil bioativo da planta:
“Os extratos de Inga edulis demonstraram conter compostos com potente atividade anti-inflamatória e antioxidante, sugerindo seu potencial uso no desenvolvimento de agentes terapêuticos naturais para mitigar processos inflamatórios” (SILVA et al., 2011).
Ação antioxidante e proteção celular
Tanto a polpa do fruto quanto as folhas do ingá são fontes de antioxidantes naturais, incluindo flavonoides e antocianinas. Estes princípios ativos atuam na neutralização dos radicais livres, protegendo as células contra danos oxidativos que podem levar a doenças crônicas e ao envelhecimento precoce. O consumo do fruto in natura ou de chás das folhas contribui para a defesa antioxidante do organismo. A pesquisa de Souza e colaboradores, publicada no Journal of Food Science, destaca essa capacidade:
“A avaliação fitoquímica do ingá revelou uma alta capacidade antioxidante, atribuída à presença de compostos fenólicos que protegem as estruturas biológicas contra o estresse oxidativo” (SOUZA et al., 2008).
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Um recurso natural da floresta para a saúde
O ingá é um exemplo da riqueza da flora nativa, oferecendo propriedades curativas que vão além de seu sabor agradável. A validação científica de seus taninos e antioxidantes confirma seu papel como um recurso terapêutico eficaz, especialmente para o equilíbrio do sistema digestivo e a proteção contra a inflamação.
- A planta possui forte ação adstringente, sendo um remédio natural eficaz para a saúde digestiva e o controle da diarreia.
- Seus compostos oferecem propriedades anti-inflamatórias, auxiliando na recuperação de tecidos e no alívio de inflamações.
- O ingá é rico em antioxidantes, que combatem os radicais livres e promovem a longevidade celular.
Referências bibliográficas
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
- SILVA, E. M. et al. Phenolic compounds and antioxidant activity of four exotic Brazilian fruits. Food Chemistry, v. 125, n. 2, p. 326-332, 2011.
- SOUZA, J. N. S. et al. Antioxidant capacity of four polyphenol-rich Amazonian plant extracts. Journal of Food Science, v. 73, n. 6, p. C354-C361, 2008.







