O mundo do cinema automobilístico está prestes a ganhar um novo ícone. O filme F1, estrelado por Brad Pitt, já dominou as bilheterias mundiais na sua estreia e promete se tornar o longa-metragem sobre corridas mais realista já produzido. Com um investimento de aproximadamente US$ 300 milhões, a produção mistura ação, drama e a adrenalina pura das pistas da Fórmula 1.
A história segue Sonny Hayes, um ex-piloto interpretado por Pitt, que deixa a aposentadoria para mentorar um jovem talento. Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo de “Top Gun: Maverick”, o filme foi gravado durante corridas reais da Fórmula 1, proporcionando uma experiência cinematográfica sem precedentes. Essa abordagem inovadora já está conquistando tanto fãs do automobilismo quanto amantes do cinema.
Como o filme conseguiu um orçamento tão elevado?
A produção de F1 envolveu desafios únicos que justificam o investimento bilionário. Jerry Bruckheimer e Joseph Kosinski explicaram que o orçamento inicial de US$ 300 milhões foi reduzido significativamente através de incentivos fiscais obtidos em países como Inglaterra e Abu Dhabi. Além disso, a equipe conseguiu arrecadar mais dinheiro através de patrocínios do que algumas equipes reais de Fórmula 1.
A produção contou com o apoio técnico da Mercedes no desenvolvimento dos carros de corrida utilizados nas filmagens. Os produtores revelaram que nunca haviam presenciado uma discrepância tão grande entre o orçamento especulado pela mídia e o valor real investido. A Apple Original Films, responsável pelo financiamento, mantém sigilo sobre os números exatos, mas garante que o investimento foi bem menor que o divulgado inicialmente.
Qual o segredo por trás das cenas de corrida?
O diferencial de F1 está na autenticidade das suas sequências de ação. Brad Pitt e Damson Idris realmente pilotaram carros de Fórmula 2 modificados para parecerem veículos de F1. As filmagens aconteceram durante finais de semana de Grandes Prêmios reais, em circuitos como Silverstone, Budapeste e Abu Dhabi.
A produção utilizou mais de 20 câmeras de transmissão adaptadas para o cinema e até quatro câmeras onboard exclusivas para captar a sensação de velocidade e forças G. Lewis Hamilton, heptacampeão mundial e produtor executivo do filme, foi fundamental para garantir que cada detalhe técnico fosse respeitado. Ele orientou sobre qual marcha usar em determinadas curvas e quando certos eventos poderiam acontecer durante uma corrida.
Por que Lewis Hamilton se envolveu na produção?
Lewis Hamilton não é apenas um consultor técnico em F1, mas sim um dos principais produtores através da sua empresa Dawn Apollo Films. O piloto britânico, grande fã de cinema, garantiu que a produção respeitasse completamente o esporte e mostrasse exatamente como ele é na realidade. Sua participação foi essencial para que Brad Pitt compreendesse a complexidade física e mental necessária para ser um piloto de Fórmula 1.
Hamilton também aparece no filme interpretando a si mesmo, ao lado de outros pilotos reais como Max Verstappen, Charles Leclerc e Lando Norris. A presença desses atletas adiciona uma camada extra de realismo que poucos filmes sobre esportes conseguem alcançar. O envolvimento de Hamilton representa uma ponte entre o mundo real da F1 e sua representação cinematográfica.
Como o filme honra a história da Fórmula 1?
Uma das sequências mais emocionantes de F1 inclui uma homenagem especial a Ayrton Senna. O tricampeão brasileiro aparece em um flashback dos anos 1990, quando o protagonista Sonny Hayes sofre um grave acidente. Na cena, Senna abandona sua própria corrida para socorrer o piloto fictício, um ato que reflete perfeitamente o caráter solidário que marcou a carreira do ídolo brasileiro.
A produção também recria fielmente a McLaren de 1993 e inclui referências aos grandes momentos da história da F1. A trilha sonora de Hans Zimmer incorpora até mesmo o som autêntico dos motores dos anos 1990, transportando os espectadores para a era dourada do automobilismo. Essa atenção aos detalhes históricos demonstra o respeito da produção pelo legado do esporte.
Que impacto o filme terá no futuro da Fórmula 1?
O sucesso de F1 nas bilheterias, com US$ 144 milhões arrecadados apenas no fim de semana de estreia, comprova o potencial do cinema para expandir a base de fãs da Fórmula 1. Seguindo o exemplo da série “Drive to Survive” da Netflix, que atraiu 30% mais público jovem e feminino entre 2018 e 2024, o filme visa ampliar ainda mais o interesse pelo esporte.
Exibições em IMAX já mostraram que 95% dos espectadores que inicialmente não eram fãs de corridas expressaram interesse em acompanhar a F1 após assistir ao filme. Com Lewis Hamilton já escrevendo roteiros para futuros projetos sobre o automobilismo, F1 pode marcar o início de uma nova era na relação entre o cinema e as corridas, abrindo portas para produções ainda mais ambiciosas.










