Nos próximos anos, a experiência de viajar de avião pode mudar drasticamente com a introdução de tecnologias digitais nos aeroportos. A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) propõe a implementação de uma “credencial de viagem digital” que promete transformar os procedimentos de embarque e despacho de bagagens. Esta inovação busca substituir o papel por soluções digitais, utilizando dispositivos móveis para armazenar informações de viagem.
O conceito de um “passe de viagem” digital não é apenas uma ideia futurista, mas uma realidade em teste em países como Finlândia, Cingapura e Holanda. Esses testes visam avaliar a eficácia e a segurança da tecnologia de reconhecimento facial e outras formas de identificação biométrica que podem ser utilizadas desde o check-in até o embarque. A expectativa é que, até 2028, essa tecnologia esteja amplamente difundida nos aeroportos ao redor do mundo.
Como a digitalização pode reduzir custos no setor aéreo?
Além de modernizar a experiência do passageiro, a digitalização dos processos aeroportuários pode trazer benefícios econômicos significativos para as companhias aéreas. A pandemia de COVID-19 impactou severamente o setor, e a redução de custos operacionais tornou-se uma prioridade. A substituição de processos manuais por sistemas automatizados pode resultar em economias substanciais.
De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), espera-se que o número de passageiros aéreos dobre até 2040, atingindo a marca de oito bilhões. Para acomodar esse crescimento, as companhias aéreas e aeroportos precisarão adotar sistemas mais eficientes e menos dependentes de papel. A projeção é que, até 2025, o setor aéreo cresça 8% em relação a 2019, impulsionado por essas inovações tecnológicas.

Quais são as implicações de segurança e privacidade?
A digitalização dos aeroportos não se limita a benefícios econômicos e operacionais. A OACI acredita que a adoção de credenciais digitais pode ajudar a combater fraudes de identidade e tráfico de pessoas, oferecendo métodos mais precisos de identificação de passageiros. Dados biométricos, como reconhecimento facial, são considerados mais seguros do que documentos em papel.
No entanto, a implementação dessas tecnologias levanta preocupações significativas sobre privacidade e segurança de dados. Críticos apontam para o risco de vigilância excessiva e possíveis violações de dados pessoais. Além disso, há preocupações sobre a transparência das tecnologias utilizadas e como os dados dos passageiros serão geridos e protegidos.
Desafios e oportunidades da transformação digital nos aeroportos
A transição para um sistema de embarque totalmente digital apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Por um lado, há a promessa de uma experiência de viagem mais rápida e eficiente, com menos filas e menos papelada. Por outro lado, a necessidade de garantir a segurança dos dados e a privacidade dos passageiros é um desafio que requer soluções tecnológicas robustas e regulamentações claras.
Para que a digitalização seja bem-sucedida, será necessário um esforço conjunto entre governos, companhias aéreas e desenvolvedores de tecnologia. A colaboração internacional será crucial para estabelecer padrões globais que garantam a segurança e a eficácia dos novos sistemas. À medida que mais países adotam essas tecnologias, o futuro dos aeroportos parece cada vez mais digital e interconectado.










