O iFood, uma das principais plataformas de delivery do Brasil, anunciou recentemente um aumento nas taxas mínimas pagas aos entregadores. A mudança, que entra em vigor a partir de junho de 2025, promete um reajuste de até 15% dependendo da modalidade de entrega. Esta atualização surge em meio a protestos que pediam melhores condições de trabalho para os entregadores, embora o reajuste ainda esteja abaixo do valor reivindicado pelos manifestantes.
Os novos valores estipulados pelo iFood estabelecem uma taxa mínima de R$ 7,00 para entregas realizadas por bicicleta e R$ 7,50 para aquelas feitas por moto ou carro. O reajuste representa um aumento de 7,7% para ciclistas e 15,4% para motociclistas e motoristas, em comparação aos valores anteriores. A empresa também padronizou o limite de 4 km por rota para entregas de bicicleta, com exceções para determinadas regiões devido a questões geográficas.
Quais são as novas condições para os entregadores?
Além do reajuste nas taxas mínimas, o iFood anunciou melhorias no seguro social oferecido aos entregadores. As novas condições incluem uma cobertura ampliada da Diária de Incapacidade Temporária (DIT), que agora pode ser acionada por até 30 dias em caso de atestado médico, com pagamentos que variam de R$ 300 a R$ 1.500. A indenização para casos de invalidez permanente ou morte acidental também foi aumentada para R$ 120.000.
Outras melhorias incluem o reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares na rede credenciada, além de auxílio-funeral e apoio emocional e financeiro para a família em caso de falecimento do entregador. A empresa também oferece ajuda com a educação dos filhos de entregadores falecidos até que completem 18 anos.

Como os entregadores reagiram ao reajuste?
Apesar das mudanças anunciadas, muitos entregadores expressaram insatisfação com o reajuste, que não atendeu às principais reivindicações do movimento Breque Nacional. Os entregadores pediam uma taxa mínima de R$ 10 por entrega, além de um valor de R$ 2,50 por quilômetro rodado e o pagamento integral de pedidos agrupados na mesma rota. A limitação das entregas de bicicleta a um raio de 3 km também era uma exigência do grupo.
O porta-voz da Liderança dos Entregadores de Apps de São Paulo, Júnior Freitas, destacou que a categoria está insatisfeita e que novas paralisações podem ser organizadas em breve. A insatisfação reflete a percepção de que as mudanças não foram suficientes para melhorar significativamente as condições de trabalho dos entregadores.
O impacto das mudanças no mercado de delivery
O iFood afirmou que o reajuste é sustentável para o negócio, garantindo a saúde financeira da plataforma e beneficiando entregadores, consumidores e parceiros. A empresa garantiu que o aumento nas taxas mínimas não resultará em aumento nos preços dos pedidos para os consumidores. Esta estratégia visa manter a competitividade da plataforma no mercado de delivery, que continua a crescer e evoluir rapidamente.
As mudanças anunciadas pelo iFood são um passo na direção de melhorar as condições de trabalho dos entregadores, mas a reação da categoria indica que ainda há um longo caminho a percorrer. A plataforma e os entregadores continuam em um diálogo contínuo, buscando soluções que atendam às necessidades de todas as partes envolvidas.










