Em junho de 2025, imagens inéditas do polo sul do Sol foram divulgadas pela Agência Espacial Europeia (ESA), marcando um avanço significativo no estudo da estrela mais próxima da Terra. As fotografias, capturadas pela sonda Solar Orbiter, revelam uma região até então desconhecida, repleta de atividade magnética intensa e desordenada. Essa conquista abre novas perspectivas para a compreensão do comportamento solar e de seus efeitos sobre o ambiente espacial e terrestre.
O Sol, responsável por fornecer energia e sustentar a vida no planeta, também pode causar perturbações em sistemas tecnológicos devido à sua atividade magnética. Por isso, cientistas de diversas áreas buscam entender os mecanismos que regem o ciclo solar e os fenômenos associados, como tempestades solares e inversões de polos magnéticos. As novas imagens do polo sul solar representam um passo importante nesse processo de investigação.
Como as imagens do polo sul do Sol foram obtidas?
A missão Solar Orbiter, lançada em fevereiro de 2020, foi projetada para estudar o Sol de ângulos inéditos. Diferentemente de outras sondas, que observam a estrela a partir de uma perspectiva próxima ao plano orbital da Terra, o Solar Orbiter utilizou manobras de aproximação com Vênus para inclinar sua órbita. Essa estratégia permitiu à espaçonave alcançar latitudes elevadas e capturar imagens diretas do polo sul solar.
As fotografias divulgadas foram feitas no final de março de 2025, quando a sonda estava posicionada entre 15 e 17 graus abaixo do equador solar. Esse ângulo foi suficiente para registrar detalhes da região polar, uma área considerada “terra incógnita” pelos pesquisadores. O acesso visual a essa parte do Sol é fundamental para desvendar aspectos pouco compreendidos da dinâmica magnética solar.
O que revelam as novas imagens do polo sul solar?
As imagens mostram uma mistura complexa de campos magnéticos com polaridades opostas, característica típica do período de máxima atividade solar. Durante o chamado máximo solar, que ocorre a cada 11 anos, o Sol passa por uma fase de intensa atividade, incluindo erupções e tempestades magnéticas. Nessa etapa, os polos magnéticos da estrela invertem suas posições, fenômeno ainda não totalmente explicado pela ciência.
- Presença simultânea de polaridades magnéticas: O polo sul apresenta campos magnéticos de ambas as polaridades, indicando um momento de transição no ciclo solar.
- Atividade turbulenta: A região polar está marcada por grande instabilidade, refletindo o auge do ciclo de atividade solar.
- Potencial para novas descobertas: O acompanhamento contínuo dessa área pode esclarecer como ocorre a reorganização dos campos magnéticos após a inversão dos polos.

Por que estudar o polo sul do Sol é importante?
Compreender o comportamento dos polos solares é essencial para aprimorar previsões sobre o clima espacial, que pode afetar satélites, redes elétricas e sistemas de comunicação na Terra. O polo sul, em particular, desempenha papel fundamental na geração do campo magnético global do Sol e na formação do vento solar, fluxo de partículas que se espalha pelo Sistema Solar.
- Previsão de tempestades solares: Conhecer a dinâmica polar ajuda a antecipar eventos que podem impactar a infraestrutura tecnológica terrestre.
- Entendimento do ciclo solar: O estudo dos polos contribui para desvendar os mecanismos que regem as mudanças periódicas de atividade solar.
- Avanço da heliosfera: As descobertas auxiliam na compreensão da influência do Sol em todo o ambiente espacial ao redor da Terra.
O que esperar das próximas etapas da missão Solar Orbiter?
Nos próximos anos, a trajetória do Solar Orbiter será ajustada para permitir ângulos de observação ainda mais elevados, ampliando a visão sobre o polo sul solar. A expectativa é que dados mais detalhados sejam coletados, possibilitando avanços no entendimento do campo magnético, do vento solar e dos processos que determinam a atividade da estrela. Essas informações são consideradas estratégicas para a ciência espacial e para a proteção de sistemas tecnológicos na Terra.
À medida que a missão avança, pesquisadores aguardam novas imagens e medições que possam esclarecer dúvidas antigas sobre o funcionamento do Sol. O acesso inédito ao polo sul representa uma oportunidade única para a comunidade científica aprofundar o conhecimento sobre a estrela central do Sistema Solar e seus impactos em nosso cotidiano.










