No dia 12 de maio de 2025, algo triste aconteceu no mundo do streaming. A Netflix removeu definitivamente Black Mirror: Bandersnatch do seu catálogo, junto com outros episódios interativos. Foi o fim de uma era que começou em 2018 e prometia revolucionar a forma como assistimos TV.
Bandersnatch não era um episódio comum. Ele deixava você escolher o que o personagem Stefan Butler ia fazer a cada momento. Quer que ele coma cereais de sucrilhos ou flocos de açúcar no café da manhã? A escolha era sua. E isso mudava toda a história. Era como ser o diretor do seu próprio filme de terror psicológico.
O que fez a Netflix desistir dessa ideia genial?
A resposta é bem simples: dinheiro e tecnologia. Fazer episódios interativos custa muito mais caro que produzir uma série normal. Imagina só: para cada escolha que você podia fazer, eles tinham que filmar várias cenas diferentes. Bandersnatch tinha mais de cinco horas de material gravado para criar todas as possibilidades.
Além disso, pouquíssimas pessoas realmente se interessaram pelo formato. A Netflix investiu pesado, criou 24 produções interativas ao longo dos anos, mas a audiência não correspondeu. A empresa percebeu que era melhor gastar esse dinheiro em outras coisas, como jogos para celular e melhorias na plataforma.
Como funcionava essa tecnologia misteriosa?
O sistema por trás dos episódios interativos era bem complexo. A Netflix criou uma tecnologia chamada Branch Manager que conseguia gerenciar todas as diferentes histórias possíveis. Era como uma árvore gigante com milhares de galhos, cada um representando uma escolha diferente.
Quando você clicava em uma opção, o sistema tinha que calcular rapidamente qual cena mostrar a seguir. Isso exigia muita capacidade de processamento e uma infraestrutura tecnológica robusta. No final das contas, manter tudo isso funcionando virou mais trabalho do que valia a pena.
Que impacto esses experimentos tiveram na indústria?
Mesmo tendo durado pouco, os episódios interativos deixaram sua marca. Bandersnatch ganhou dois prêmios Emmy em 2019, provando que a ideia tinha potencial artístico. O episódio fez todo mundo repensar o que significa assistir TV e como o público pode participar das histórias.
Outras plataformas ficaram de olho no que a Netflix estava fazendo. Embora ninguém tenha copiado o formato exatamente, a ideia de dar mais controle ao espectador influenciou outras formas de entretenimento. Jogos eletrônicos, por exemplo, começaram a investir ainda mais em narrativas interativas.
Existe futuro para esse tipo de entretenimento?
Apesar da Netflix ter desistido, o conceito não morreu completamente. A própria plataforma agora foca em jogos para celular, que já usam mecânicas de escolha há muito tempo. Outras empresas de streaming podem tentar algo parecido para se diferenciar no mercado.
A tecnologia também está evoluindo. Com realidade virtual e inteligência artificial se tornando mais acessíveis, é possível que vejamos versões mais avançadas de entretenimento interativo no futuro. Talvez não na TV tradicional, mas em plataformas totalmente novas que ainda nem imaginamos hoje.










