O destino final do universo sempre foi um tema de grande interesse para a comunidade científica. Diversas teorias tentam explicar como e quando ocorrerá o fim de tudo o que existe, envolvendo desde o resfriamento total do cosmos até o desaparecimento de corpos celestes. Recentemente, um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, trouxe novas perspectivas sobre esse assunto, sugerindo que o universo pode se desintegrar muito antes do que se imaginava.
Esse trabalho, publicado em 2025 na revista Physical Review Letters, revisita e amplia a teoria da radiação de Hawking, proposta em 1974. O estudo liderado por Heino Falcke, Michael Wondrak e Walter van Suijlekom, aponta que a perda de massa por radiação não se limita apenas aos buracos negros, mas pode afetar outros corpos massivos do universo, acelerando o processo de decadência cósmica.
O que é a radiação de Hawking?
A radiação de Hawking é um fenômeno teórico que descreve a emissão de partículas por buracos negros, levando à sua lenta evaporação ao longo do tempo. Segundo a teoria, esse processo ocorre devido a efeitos quânticos próximos ao horizonte de eventos, permitindo que energia escape do buraco negro. Tradicionalmente, acreditava-se que apenas buracos negros experimentavam esse tipo de perda de massa, o que faria com que sua existência se estendesse por trilhões de anos.
Como a nova pesquisa altera a previsão para o fim do universo?
O estudo recente propõe que a radiação de Hawking pode ocorrer também em outros corpos extremamente densos, como as estrelas de nêutrons. Os pesquisadores calcularam que tanto buracos negros quanto estrelas de nêutrons podem evaporar em cerca de 1067 anos, um prazo significativamente menor do que o estimado anteriormente. Esse resultado sugere que a desintegração do universo pode acontecer em aproximadamente 1078 anos, reduzindo drasticamente o tempo previsto para o chamado “fim cósmico”.

Quais objetos podem ser afetados pela radiação de Hawking?
Além dos buracos negros e estrelas de nêutrons, a equipe investigou se objetos mais familiares, como a Lua ou até mesmo seres humanos, poderiam sofrer esse tipo de evaporação. Os cálculos indicam que, para corpos com gravidade muito menor, o processo seria extremamente lento, levando cerca de 1090 anos para que a Lua, por exemplo, desaparecesse completamente. Apesar de esses números parecerem inalcançáveis, eles ilustram como a radiação de Hawking pode ser um fenômeno universal, afetando qualquer objeto com massa, ainda que em escalas de tempo inimagináveis.
O que essa descoberta representa para a cosmologia?
O avanço apresentado pelo grupo da Universidade Radboud desafia conceitos antigos sobre a longevidade dos corpos celestes e o destino do universo. A ideia de que a radiação de Hawking é mais abrangente do que se pensava abre espaço para novas linhas de pesquisa e questionamentos sobre as leis fundamentais da física. Entre os pontos destacados pelos cientistas está a necessidade de compreender melhor os mecanismos por trás desse fenômeno e suas implicações para a evolução do cosmos.
- Radiação de Hawking: emissão de partículas por corpos massivos devido a efeitos quânticos.
- Evaporação de corpos celestes: processo que pode afetar não só buracos negros, mas também estrelas de nêutrons e outros objetos.
- Fim do universo: previsão de que a desintegração pode ocorrer em um tempo muito menor do que o estimado anteriormente.
Embora o prazo para o desaparecimento total do universo ainda seja incompreensivelmente longo, a nova abordagem sobre a radiação de Hawking provoca uma revisão das teorias cosmológicas atuais. A busca por respostas sobre o destino do cosmos continua, impulsionando cientistas a explorar fenômenos extremos e a questionar os limites do conhecimento sobre o universo.









