O grão-de-bico (Cicer arietinum) é uma leguminosa milenar, fundamental em diversas culturas dietéticas, reconhecida como um superalimento funcional. Seu poder curativo é conferido pela alta concentração de proteínas e fibras, compostos bioativos que lhe garantem notáveis propriedades medicinais, como a indução de saciedade prolongada e o controle glicêmico.
Descubra os principais benefícios terapêuticos do grão-de-bico:
- Alto teor de proteínas e fibras, que promovem uma saciedade duradoura.
- Fibras que auxiliam o controle glicêmico e a saúde cardiovascular.
- Compostos que suportam a saúde intestinal e a microbiota.
Saciedade prolongada e o efeito sinergético de proteína e fibra
O principal benefício terapêutico do grão-de-bico é sua excepcional capacidade de promover a saciedade prolongada. Este poder curativo é resultado da sinergia entre seu alto teor de proteína vegetal e fibra dietética. A proteína tem um alto índice de saciedade, e as fibras, ao aumentarem o volume gástrico e retardarem o esvaziamento do estômago, garantem que a sensação de plenitude dure mais tempo. Esse mecanismo é crucial para a gestão do peso corporal e a redução da ingestão calórica. Uma meta-análise sobre o consumo de leguminosas no controle do apetite reforça essa evidência:
“O consumo de leguminosas como o grão-de-bico demonstrou aumentar significativamente a sensação de saciedade e reduzir o consumo subsequente de alimentos, um efeito atribuído à sua densidade de fibras e proteínas de digestão lenta.” (DEVINCI et al., 2018).

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Controle glicêmico e baixo índice glicêmico
O grão-de-bico possui um índice glicêmico (IG) naturalmente baixo, o que é um benefício terapêutico fundamental para o controle glicêmico e a prevenção da diabetes tipo 2. A presença de fibras e amido resistente faz com que o carboidrato do grão-de-bico seja absorvido de forma lenta e gradual. Isso evita picos rápidos de glicose e insulina, contribuindo para a estabilidade metabólica. O amido resistente é um princípio ativo que funciona de forma semelhante à fibra no intestino. A ciência valida a leguminosa nesse contexto:
“O consumo de grão-de-bico está associado à melhoria da resposta glicêmica pós-prandial e à redução dos níveis de insulina, devido ao seu teor de amido resistente, que escapa à digestão no intestino delgado.” (MATOS, 2009).

Dica de preparo: homus para saciedade
Prepare o homus (pasta de grão-de-bico) caseiro e consuma-o como lanche com vegetais. O grão-de-bico processado com tahine (gordura saudável) e limão aumenta o teor proteico e de fibras, potencializando a saciedade.
Saúde digestiva e modulação da microbiota
Além da saciedade, o grão-de-bico é uma fonte excepcional de fibras que apoiam diretamente a saúde digestiva e a microbiota. As fibras atuam como prebióticos, servindo de alimento para as bactérias benéficas no cólon, o que é crucial para a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), como o butirato. O butirato é essencial para a saúde das células do cólon e possui propriedade anti-inflamatória. A modulação da microbiota é um poder curativo subjacente ao consumo de leguminosas. Uma pesquisa sobre fibras e AGCCs confirma o papel do grão-de-bico:
“As fibras do grão-de-bico são prontamente fermentadas pela microbiota intestinal, resultando na produção de ácidos graxos de cadeia curta, que promovem a saúde do epitélio colônico e têm efeitos anti-inflamatórios locais.” (SILVA, 2018).
Confira o vídeo abaixo da Nutricionista Patricia Leite mostrando os benefícios do grão de bico:
Inclua o grão-de-bico em sopas, saladas ou na forma de farinha para colher todos os seus benefícios terapêuticos.
Um aliado essencial para o bem-estar
O grão-de-bico é um dos alimentos funcionais mais completos, oferecendo propriedades curativas essenciais para o controle do apetite, o metabolismo e a saúde intestinal. Seu alto teor de proteína e fibra garante uma saciedade eficaz e um impacto positivo no controle glicêmico.
- O alto teor de proteína e fibra garante a saciedade prolongada, sendo seu principal benefício terapêutico para a gestão de peso.
- O baixo índice glicêmico e o amido resistente auxiliam no controle glicêmico, prevenindo picos de açúcar no sangue.
- A fibra atua como prebiótico, fortalecendo a saúde digestiva e a produção de AGCCs essenciais.
Referências bibliográficas
- DEVINCI, M. et al. Legume consumption and satiety: A meta-analysis of acute feeding trials. Obesity Reviews, v. 19, n. 4, p. 580-591, 2018.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
- SILVA, A. C. B. Fibras e Prebióticos na Modulação da Imunidade Intestinal. Nutrição Brasil, v. 17, n. 1, p. 30-36, 2018.









