Apelidada mundialmente de “Caribe Amazônico”, Alter do Chão desafia a lógica geográfica ao oferecer praias de água doce com areia branca e morna em plena floresta tropical. O distrito de Santarém, no Pará, tornou-se o refúgio ideal para quem busca a imersão na natureza sem abrir mão de uma infraestrutura turística charmosa e acolhedora.
Por que as praias só aparecem em alguns meses?
A paisagem da região é regida pelo ciclo das águas do Rio Tapajós, que sobe e desce metros ao longo do ano. Durante o chamado “verão amazônico”, o nível do rio baixa drasticamente, revelando bancos de areia que formam ilhas temporárias paradisíacas, como a famosa Ilha do Amor.
Já na época da cheia, a água retoma seu espaço e cobre as praias, dando lugar a um cenário completamente novo: a Floresta Encantada. Navegar de canoa entre as copas das árvores submersas é uma experiência surreal, onde o silêncio da mata e o espelho d’água criam uma conexão profunda com a biodiversidade local.

Cultura do Sairé e o ritmo do Carimbó
Em setembro, a vila ganha cores e sons vibrantes com a Festa do Sairé, a maior manifestação folclórica do oeste do Pará. O evento mistura rituais religiosos centenários com a disputa profana entre os botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, narrando lendas amazônicas em um espetáculo a céu aberto.
O ritmo que embala as noites, no entanto, é o Carimbó, dança de roda marcada pelo som do curimbó e pelas saias rodadas das dançarinas. Espaços como o Espaço do Carimbó mantêm viva essa tradição, convidando turistas a entrarem na roda e sentirem a pulsação cultural da terra.
Descubra o paraíso amazônico de Alter do Chão, uma vila encantadora pertencente a Santarém, no Pará, frequentemente apelidada de “Caribe da Amazônia”. O vídeo é apresentado pelo canal Rolê Família, que conta com mais de 300 mil subscritores, e oferece um guia completo com dicas de passeios, preços e a melhor época para visitar:
Gastronomia tapajônica é uma atração à parte
A culinária local utiliza ingredientes frescos da floresta para criar sabores inesquecíveis, muitas vezes servidos em barracas com os pés na água. O Tucunaré na manteiga e o Pirarucu são peixes nobres que dominam os cardápios, sempre acompanhados de farinha d’água crocante.
Para quem gosta de azedo e picante, o Tacacá é a pedida certa no fim de tarde, servido em cuias tradicionais. Abaixo, listamos as iguarias que definem o paladar de quem visita este paraíso:
- Aviú: Um microcamarão de sabor intenso usado em tortas e omeletes.
- Charutinho: Peixe pequeno frito servido como petisco nas praias.
- Taperebá: Fruta ácida que rende caipirinhas e sorvetes refrescantes.
- Pato no Tucupi: O clássico paraense preparado com a erva jambu, que adormece a boca.

O pôr do sol na Ponta do Cururu é obrigatório
Diferente da movimentada ilha principal, a Ponta do Cururu é um banco de areia que se estende rio adentro, acessível apenas por barco e sem barracas fixas. É o local preferido para observar o sol mergulhando no Tapajós, muitas vezes acompanhado pela presença de botos que saltam próximos às embarcações.
A ausência de luz artificial torna o local perfeito também para a observação noturna das estrelas. A natureza preservada ao redor garante que o espetáculo visual seja livre de interferências urbanas, proporcionando fotos incríveis e momentos de pura contemplação.
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Planejamento climático define o tipo de viagem
Escolher a data certa é crucial, pois a experiência muda radicalmente entre a seca e a cheia. A tabela a seguir, baseada em dados do Climatempo, ajuda a alinhar as expectativas:
| Período (meses) | Temperatura média | Clima | Atividades recomendadas |
|---|---|---|---|
| Agosto a Dezembro | 26°C a 33°C | Seco e Ensolarado | Praias de rio (Ilha do Amor) e pôr do sol no Cururu |
| Janeiro a Maio | 24°C a 30°C | Chuvoso/Cheia | Passeios de canoa na Floresta Encantada e igapós |
| Junho a Julho | 25°C a 31°C | Transição | Surgimento das primeiras faixas de areia e festas juninas |
| Setembro | 27°C a 34°C | Muito Quente | Festa do Sairé e banhos refrescantes no Lago Verde |
Alter do Chão consolida-se como destino de natureza bruta
Visitar este distrito é entender que a Amazônia pode ser, ao mesmo tempo, uma floresta densa e um balneário de águas cristalinas. A simplicidade das ruas de areia contrasta com a sofisticação dos sabores e a grandiosidade dos rios, criando uma memória afetiva que faz o viajante querer voltar.
- A dualidade entre praia e floresta alagada oferece duas viagens distintas em um único lugar.
- A cultura vibrante do Carimbó e do Sairé enriquece a experiência turística além da paisagem.
- A gastronomia autêntica conecta o visitante diretamente aos sabores da terra e dos rios.








