Muita gente aprende na escola que animais têm nomes coletivos específicos, mas poucos lembram deles no dia a dia. Quando o assunto é borboleta, o erro é quase automático. “Enxame” parece lógico, mas está errado. O coletivo correto existe, é antigo e costuma causar estranhamento na primeira vez que aparece.
Por que “enxame” não serve para borboletas?
O termo enxame é usado para insetos que se deslocam de forma organizada e numerosa, como abelhas e vespas. Ele está ligado à ideia de agrupamento ativo, com função coletiva bem definida.
As borboletas, por outro lado, não se comportam assim. Elas até podem aparecer juntas, mas não formam enxames estruturados. Por isso, a língua portuguesa reservou outro nome para esse agrupamento.

O coletivo correto de borboleta
O coletivo tradicional de borboletas é panapaná. Sim, panapaná.
A palavra vem do tupi e foi incorporada ao português para descrever o voo conjunto e leve desses insetos. Diferente de “enxame”, o termo carrega uma ideia mais visual e poética, quase como um movimento dançante no ar.
Exemplo curioso: “Um panapaná de borboletas atravessou o jardim.” Estranho no começo, mas correto.
Outros coletivos pouco conhecidos e curiosos
O português está cheio de coletivos que quase ninguém usa, mas que existem oficialmente:
- alcateia de lobos, que muita gente confunde com bando;
- cardume de peixes, mesmo quando são poucos;
- revoada de pássaros, quando o grupo está em voo;
- manada de elefantes, zebras ou bois;
- ninhada para filhotes, não importa a espécie.
Muitos desses termos soam formais ou literários, mas fazem parte do vocabulário correto da língua.

Por que esses coletivos acabam sendo esquecidos?
No uso cotidiano, a língua prefere soluções práticas. “Grupo”, “monte” ou “um monte de” acabam substituindo palavras mais específicas. Com o tempo, os coletivos tradicionais ficam restritos a livros, provas e curiosidades linguísticas.
Poucas coisas pegam alguém tão desprevenido quanto descobrir que borboletas não formam enxames, mas sim um panapaná, abaixo, um vídeo divertido por Beto Carvalho Oficial em seu TikTok:
A língua portuguesa é cheia dessas pequenas armadilhas encantadoras. E, às vezes, aprender o termo certo é quase tão bonito quanto ver um panapaná cruzando o céu.










