Você já escreveu uma palavra com tanta certeza que nem pensou em conferir. Depois descobriu que estava errando há anos. No português, isso acontece muito quando o som do S e do Z é praticamente igual. O ouvido confia, a mão escreve… e o erro passa batido.
O caso clássico que engana quase todo mundo
Um dos exemplos mais comuns é beleza. Muita gente escreve “belesa”, porque o som do Z no meio da palavra é suave e lembra um S sonoro.
Apesar disso, a forma correta é beleza, com Z. A grafia com S é considerada erro, mesmo sendo extremamente comum em mensagens, redes sociais e até em textos mais longos.

Por que o som confunde tanto?
No português falado, o Z entre vogais costuma ter som de S “vibrado”, muito parecido com o S de palavras como “casa”. Para o ouvido, a diferença quase desaparece.
O problema é que a escrita não segue apenas o som. Ela carrega decisões históricas, etimológicas e até estéticas feitas séculos atrás, quando a língua estava se formando.
A explicação histórica do uso do Z
A palavra beleza vem do latim bellitia, ligada à ideia de algo belo, agradável. Ao longo do tempo, o português adotou o Z para representar esse som em determinadas formações.
Outras palavras seguem a mesma lógica e também costumam ser escritas com S por engano:
- trazer (e não “traser”)
- realizar (e não “realisar”)
- amizade (e não “amisade”)
Não é falta de atenção. É herança histórica da língua.

Por que esses erros continuam acontecendo?
No dia a dia, a língua falada manda mais do que a escrita. Como quase ninguém pronuncia o Z de forma marcada, o cérebro escolhe a letra mais intuitiva.
Além disso, o português tem poucas regras fixas para decidir entre S e Z em muitos casos, abaixo, profamaria_eduarda mostra o macete para memorização em seu TikTok:
No fim, esses tropeços mostram que o português não é lógico o tempo todo. Ele é histórico, vivo e cheio de pegadinhas. E descobrir que “beleza” nunca teve S costuma ser um choque… mas também uma pequena beleza linguística.










