A primeira adaptação cinematográfica de “A Longa Marcha”, romance de Stephen King publicado em 1979 sob o pseudônimo Richard Bachman, finalmente ganhou data oficial de estreia. O filme da Lionsgate chega aos cinemas americanos em 12 de setembro de 2025, trazendo para as telas uma das narrativas mais perturbadoras do mestre do terror. A direção está nas mãos de Francis Lawrence, diretor da franquia “Jogos Vorazes”, que declarou ser este seu livro favorito de King durante apresentação na CinemaCon.
O primeiro trailer foi exibido exclusivamente na CinemaCon 2025, revelando a intensidade visual e emocional que Lawrence pretende imprimir na produção. O material mostra jovens caminhando em estradas desertas, enquanto a narração de Mark Hamill explica as regras brutais da competição. A escolha do diretor de “Jogos Vorazes” não é casual: tanto “A Longa Marcha” quanto a saga de Suzanne Collins exploram jovens forçados a competir até a morte por entretenimento de uma sociedade distópica. Lawrence confirmou que considerava a obra de King uma influência direta para seu trabalho anterior.
Como a competição da morte funciona no filme?
No universo distópico criado por King, cem adolescentes participam voluntariamente de uma competição anual televisionada conhecida como “A Longa Marcha”. As regras são simples mas implacáveis: os participantes devem manter velocidade mínima de 6,4 km/h continuamente. Quem recebe três advertências por desacelerar é eliminado a tiros pelos soldados que acompanham o evento. O último sobrevivente ganha qualquer coisa que desejar pelo resto da vida.
A narrativa segue Ray Garraty, interpretado por Cooper Hoffman, e seus companheiros de marcha enquanto atravessam cidades e vilas, sendo observados por multidões que tratam o evento como entretenimento nacional. Mark Hamill interpreta o Major, figura militar responsável pela organização da competição, papel que o ator descreveu como “indutor de pesadelos”. O filme explora como os jovens desenvolvem amizades profundas mesmo sabendo que a sobrevivência de cada um ameaça a dos outros, criando dilemas morais constantes.

Por que esta obra permaneceu sem adaptação por décadas?
“A Longa Marcha” foi o primeiro romance completo de Stephen King, escrito em 1966 quando ainda era universitário, mas só publicado em 1979. A obra permaneceu sem adaptação cinematográfica por 45 anos devido à natureza extremamente sombria da narrativa e às dificuldades de representar visualmente uma história centrada quase inteiramente em pessoas caminhando. Diferente de outros trabalhos de King que misturam horror sobrenatural com ação, “A Longa Marcha” é puramente psicológica.
Judy Greer, que integra o elenco, descreveu a produção como uma “história realmente, realmente, realmente sombria” em entrevistas recentes. A atriz destacou que o filme mantém a atmosfera opressiva do livro original, que King escreveu como resposta à Guerra do Vietnã. Francis Lawrence adaptou o material para uma época “atemporal”, misturando elementos tecnológicos modernos com aspectos nostálgicos, permitindo que a crítica social permaneça relevante para audiências contemporâneas.
Qual é o diferencial desta adaptação no cenário atual?
O filme chega num momento onde narrativas distópicas sobre competições mortais já foram popularizadas por “Jogos Vorazes”, “Battle Royale” e “Round 6”. Porém, “A Longa Marcha” se distingue por ser a obra pioneira que inspirou essas produções posteriores. Koushun Takami, autor de “Battle Royale”, admitiu publicamente ter se inspirado no romance de King. A adaptação de Lawrence promete explorar as origens conceituais do gênero “último homem em pé”.
A trilha sonora ficará a cargo de Jeremiah Fraites, do grupo The Lumineers, prometendo abordagem musical única para amplificar a tensão psicológica. O elenco jovem inclui David Jonsson (de “Alien: Romulus”), Ben Wang (da nova franquia “Karatê Kid”), Charlie Plummer e Garrett Wareing. A escolha por atores emergentes reforça o realismo da situação, evitando que estrelas conhecidas distraiam da brutalidade crua da competição. Com “The Running Man” de Edgar Wright também chegando aos cinemas em novembro, 2025 se consolida como ano definidor para adaptações dos trabalhos mais sombrios de Stephen King.










