Observar o comportamento dos cães é fundamental para perceber sinais que podem indicar a presença de dor ou de problemas de saúde. Como os cachorros não conseguem se comunicar verbalmente, pequenas mudanças nas ações ou nos hábitos do animal podem ser a única maneira de mostrar que algo está errado. Além de prestar atenção durante as consultas veterinárias regulares, é importante que os tutores fiquem atentos ao dia a dia, identificando alterações que podem sinalizar desconforto ou doença no animal de estimação.
Entre os diversos comportamentos a serem monitorados, uma das mudanças mais relevantes envolve o apetite. A recusa em comer, especialmente em cães que sempre demonstraram interesse pela comida, costuma levantar um alerta. Modificações na alimentação podem ser resultado de diversas causas, variando desde problemas leves, como enjoos passageiros, até questões mais complexas e sérias de saúde.
Quais sinais indicam que o cão pode estar doente?
A redução ou perda do apetite em cães, também conhecida como inapetência, pode ser acompanhada de outros sintomas que ajudam na identificação do problema. Dormir mais do que o habitual, demonstrar lentidão ao se levantar, perder-se dentro de casa onde já está acostumado ou esbarrar em móveis quando o ambiente está com pouca luz são comportamentos comuns em cães que sofrem com doenças ou dores crônicas. Alterações na rotina, como acordar várias vezes durante a noite sem motivo aparente, também merecem atenção.
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Mudança de apetite em cães: causas mais comuns
Várias condições podem estar associadas à recusa de alimento por parte dos pets. Alguns dos fatores frequentemente relatados em consultórios veterinários incluem:
- Problemas dentários: Doenças periodontais, abscessos ou dentes quebrados provocam dor durante a mastigação e desencorajam o cão a comer.
- Infecções: Infecções intestinais, estomacais ou sistêmicas podem causar quadros de inapetência e, em alguns casos, diarreia e febre.
- Doenças gastrointestinais: Alterações persistentes no funcionamento do trato digestivo, incluindo inflamações e presença de parasitas, costumam resultar em perda de apetite.
- Dor causada por artrite: Cães idosos, especialmente aqueles com dificuldades de locomoção, podem rejeitar a comida por desconforto ao se movimentar.
- Câncer: Presença de tumores na boca, no trato gastrointestinal ou em outras partes do corpo frequentemente está associada à diminuição do interesse pela refeição.
- Problemas em órgãos internos: Alterações no fígado, rins ou pâncreas, entre outros órgãos, podem fazer o animal recusar o alimento por sentir-se mal.
- Fatores emocionais: Mudanças no ambiente, chegada de novos membros à família ou situações de estresse podem impactar o comportamento alimentar.
- Qualidade da ração: Alimentos armazenados por muito tempo podem estragar e perder o cheiro agradável, tornando-os menos atraentes para o pet.
- Enjoos e monotonia alimentar: Assim como os humanos, cães podem se cansar do mesmo alimento oferecido por muito tempo sem nenhuma variação.

O que fazer quando o cachorro não quer comer?
Diante da recusa de alimentos, algumas providências simples podem ajudar a retomar o interesse do animal pela comida. É recomendado experimentar pequenas mudanças, como adicionar ingredientes frescos e saudáveis, aquecer o alimento ou umedecer a ração seca para acentuar o aroma. No entanto, se o cão for filhote, idoso ou apresentar doenças crônicas como diabetes, é fundamental procurar assistência veterinária imediata.
- Verifique a validade e o estado de conservação do alimento oferecido.
- Tente oferecer porções menores, mais frequentes, ou variar a dieta, conforme orientação do veterinário.
- Observe se há outros sintomas associados, como vômitos, perda de peso, diarreia ou apatia.
- Mantenha a hidratação do cão, oferecendo sempre água limpa e fresca.
- Em caso de persistência da falta de apetite por mais de 48 horas, consulte um médico veterinário para investigação adequada.
Quando buscar ajuda profissional rapidamente?
Algumas situações exigem atenção especial, principalmente quando há agravamento dos sintomas ou se o cão pertence a grupos de risco, como filhotes e animais idosos. Demoras podem trazer complicações sérias à saúde do animal, tornando fundamental a avaliação veterinária diante da recusa alimentar contínua, principalmente quando acompanhada de outros sinais de doença.
Prestar atenção ao comportamento alimentar do cão e perceber rapidamente qualquer mudança pode ser decisivo para o diagnóstico precoce de condições clínicas. O olhar atento do tutor é essencial para o bem-estar do pet, favorecendo o esclarecimento de sintomas que, muitas vezes, só se manifestam de maneira sutil.










