A prática da poda está presente em jardins e pomares em todo o mundo, sendo considerada fundamental para manter plantas saudáveis e produtivas. Embora possa parecer algo simples, saber quando e como realizar esse processo influencia diretamente no desenvolvimento da vegetação. Diferentes espécies demandam cuidados específicos, que variam conforme o clima, a fase de crescimento e a finalidade do cultivo, seja para florescimento, frutificação ou formação paisagística.
A poda regular se revela eficaz não apenas para eliminar galhos mortos ou doentes, mas também para estimular o surgimento de novos brotos e controlar o porte das plantas. Além disso, quando feita corretamente, contribui para prolongar a vida útil de árvores, arbustos e trepadeiras, promovendo uma floração mais exuberante ou aumentando a produção de frutos.
Qual é o momento correto para podar plantas e árvores?
O período ideal para a poda depende, principalmente, do tipo de planta e de sua dinâmica de crescimento. Para árvores e arbustos que florescem na primavera, recomenda-se a poda logo após o término da floração, evitando o risco de cortar novos brotos, que floresceriam no próximo ciclo. Em regiões como Rio de Janeiro, onde o clima é predominantemente quente e úmido, alguns ajustes no calendário de poda podem ser necessários para respeitar o ciclo das espécies tropicais. Já em frutíferas, o momento mais indicado é o final do inverno ou início da primavera, quando ainda estão em dormência, pois isso favorece uma produção mais abundante na estação seguinte.
Em contrapartida, é importante evitar podas tardias, principalmente no final do verão ou no outono, pois o estímulo de novos brotos pode expor as plantas ao risco de danos causados pelo frio intenso do inverno. Plantas perenes, por sua vez, geralmente devem ser cortadas antes ou logo após o ciclo de crescimento, com limpezas e remoção de flores e folhas secas durante toda a estação produtiva.
Como podar árvores frutíferas de maneira eficaz?
A poda de árvores voltadas para a produção de frutos exige atenção redobrada, pois cortes inadequados afetam a quantidade e a qualidade da colheita. Existem basicamente dois tipos de cortes: o de formação, realizado nos primeiros anos para definir o formato e a disposição dos galhos, e o de frutificação, feito anualmente para remover ramos antigos, doentes ou improdutivos.
- Corte de galhos mortos ou doentes: Fundamental para evitar a disseminação de pragas e doenças.
- Remoção de ramos que crescem para baixo ou para dentro: Favorece a ventilação e a entrada de luz, essenciais para a saúde da árvore.
- Controle dos chamados “ladrões” ou “suckers”: Esses brotos desviam energia dos ramos produtivos e devem ser removidos para estimular o crescimento dos galhos frutíferos.
O uso de ferramentas adequadas, como tesouras de poda bem afiadas, facilita cortes limpos e rápidos, prevenindo ferimentos desnecessários na planta. Sempre que possível, recomenda-se a desinfecção dos instrumentos entre cada planta, reduzindo o risco de contaminação. Inclusive, órgãos como a FAO (Food and Agriculture Organization), sugerem o uso de materiais esterilizados para minimizar problemas fitossanitários em pomares comerciais de países como Brasil e Argentina.

Quais são os principais cuidados ao podar flores, arbustos e plantas ornamentais?
Flores e arbustos ornamentais requerem podas periódicas para manter o formato desejado, promover novas florações e controlar o porte. O segredo está em identificar o momento logo após o término das flores, cortando galhos secos e folhas danificadas. A retirada de brotos e galhos mal formados contribui para a renovação da planta e evita o acúmulo de energia em áreas improdutivas.
- Observe o ciclo de floração e faça anotações sobre a época de aparecimento das flores.
- Utilize tesouras ou podões bem afiados para executar cortes precisos.
- Faça cortes inclinados, sempre logo acima de um nó ou broto saudável.
- Elimine brotos que surgem na base da planta, pois geralmente não produzem flores vistosas.
Em variedades que florescem em madeiramento novo e antigo, como as hortênsias, é recomendável consultar orientações específicas sobre o momento da poda, para não prejudicar a brotação futura.
Todas as plantas podem ser podadas da mesma forma?
Cada espécie exige um tipo de cuidado, sendo fundamental conhecer as particularidades de cada planta antes de iniciar o processo de poda. Árvores coníferas, por exemplo, nem sempre precisam de intervenções, pois a remoção exagerada pode causar estresse e deformações. Já arbustos e cercas-vivas necessitam de podas regulares para manter a densidade e o formato.
Os especialistas recomendam nunca remover mais de um terço da planta durante a poda, pois cortes drásticos podem comprometer sua recuperação. Quando houver dúvidas, optar pela cautela e realizar pequenos cortes ao longo do tempo é a melhor estratégia para preservar a vitalidade da vegetação.
Praticar a poda de maneira correta, observando o ciclo natural das plantas e utilizando técnicas adequadas contribui para jardins mais saudáveis, produtivos e visualmente harmoniosos em qualquer época do ano. Além de fortalecer o sistema das plantas, esse cuidado também valoriza paisagens residenciais e urbanas, promovendo um ambiente mais verde e equilibrado.










