A educação é um dos principais motores de desenvolvimento na América Latina, impactando diretamente a vida individual e o crescimento econômico e social dos países. Entre os vários indicadores disponíveis, o foco recente recaiu sobre o desempenho dos adolescentes de 15 anos, fase em que se medem com mais clareza permanência, progressão e aprendizagem.
Qual é hoje o país com o melhor sistema educativo na América Latina
Quando se observa a América Latina sob a ótica do melhor sistema educativo para adolescentes de 15 anos, o Índice de Resultados Escolares (IRE) indica que o Chile assume a liderança regional. O índice considera se os estudantes permanecem na escola, se cursam o ano compatível com a idade e se atingem níveis mínimos de conhecimento em Língua e Matemática, com base em avaliações internacionais como o PISA.
Os dados apontam que, no Chile, 38 em cada 100 estudantes de 15 anos chegam a essa etapa sem repetir, sem abandonar e com desempenho considerado adequado nas disciplinas básicas. Além disso, a cobertura escolar atinge cerca de 95% dos jovens até os 17 anos, indicando um sistema com alto alcance, continuidade e foco em aprendizagem efetiva.
O perfil do @baldifelipee trouxe esse panorama:
@baldifelipee Pensava que o Brasil tivesse a melhor educação da América Latina, e você? #educação #ensino #professor ♬ som original – Baldi
Como o IRE avalia o melhor sistema educativo na América Latina
O melhor sistema educativo na América Latina, segundo o IRE, não é definido apenas pela taxa de presença nas salas de aula, mas pelo número de adolescentes que progridem no tempo teórico, sem repetência e com domínio mínimo de leitura e matemática. Esse cruzamento de dados cria um retrato mais completo da experiência escolar na juventude, conectando acesso, progressão e aprendizagem efetiva.
O índice considera oito países latino-americanos e mostra quantos estudantes de 15 anos atendem simultaneamente a critérios de frequência, série adequada e conhecimentos mínimos em Língua e Matemática. A distribuição regional se organiza da seguinte forma, evidenciando diferenças importantes entre os sistemas:
- Chile: 38 de cada 100 estudantes
- Uruguai: 36 de cada 100 estudantes
- Peru: 28 de cada 100 estudantes
- México e Brasil: 23 de cada 100 estudantes
- Argentina: 22 de cada 100 estudantes
- Colômbia: 19 de cada 100 estudantes
- Paraguai: 11 de cada 100 estudantes
Onde o Brasil se posiciona hoje no cenário educacional latino-americano
No caso brasileiro, os indicadores revelam um quadro semelhante ao de outros países de médio desempenho da região, com avanços em acesso e permanência, mas desafios relevantes na qualidade da aprendizagem. Segundo o estudo “Índice de Resultados Escolares (IRE) na América Latina”, da organização Todos Pela Educação com o BID, cerca de 90% dos adolescentes de 15 anos no Brasil estavam matriculados na escola em 2022, indicando alto nível de cobertura do ensino obrigatório.
O estudo mostra ainda que pouco mais de 80 em cada 100 jovens frequentavam o ano escolar adequado para a idade, o que revela redução da repetência e do abandono, mas persistência do atraso escolar. Esse cenário, embora melhor que em décadas anteriores, ainda é marcado por fortes desigualdades regionais e socioeconômicas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e entre estudantes de baixa renda.
Qual é o desempenho do Brasil na qualidade da aprendizagem
Quando o foco passa da permanência para a qualidade da aprendizagem, o desempenho brasileiro torna-se mais preocupante. De acordo com o IRE, apenas cerca de 23 em cada 100 estudantes brasileiros de 15 anos conseguem, ao mesmo tempo, estar na escola, cursar o ano compatível com a idade e demonstrar níveis mínimos de proficiência em Língua e Matemática, com base nas avaliações do PISA.
Isso posiciona o Brasil abaixo de Chile, Uruguai e Peru, mas ligeiramente à frente de Argentina, Colômbia e Paraguai no ranking regional. Além disso, observa-se uma tendência de estagnação nos resultados de aprendizagem entre 2009 e 2018, sem ganhos consistentes em larga escala, o que reforça a necessidade de políticas mais focadas em alfabetização na idade certa e formação docente.

Quais desafios permanecem para melhorar o sistema educativo latino-americano
O panorama apresentado pelo IRE e pelas avaliações PISA indica que o debate sobre o melhor sistema educacional na América Latina passa pela combinação de quantidade e qualidade. Muitos países já alcançaram altos patamares de escolarização básica, mas ainda enfrentam dificuldades para assegurar que os estudantes desenvolvam plenamente competências de leitura, interpretação de textos e raciocínio matemático, essenciais para o trabalho e para a cidadania.
Entre os desafios mais citados por pesquisas educacionais na região, destacam-se aspectos estruturais e pedagógicos que exigem políticas de longo prazo, estabilidade e foco em evidências educacionais. Ao observar experiências de países como Chile e Uruguai, ganha força a importância de avaliação contínua, combate às desigualdades internas e metas claras de aprendizagem efetiva para todos os estudantes.










