O exoplaneta TOI 1227 b, localizado a aproximadamente 330 anos-luz da Terra, está passando por uma transformação dramática desde que nasceu. Com apenas 8 milhões de anos, uma juventude quase incomparável em termos astronômicos, este planeta gigante gasoso, similar em tamanho a Júpiter, orbita seu sol a uma distância extremamente próxima. A curta distância de cerca de 8,2 milhões de milhas do seu astro central significa que TOI 1227 b completa uma volta ao redor da estrela em apenas 28 dias, tempo bastante reduzido comparado ao ano terrestre.
A principal característica deste sistema planetário é a intensa exposição do planeta à radiação de raios-X emitida pela sua estrela hospedeira, chamada TOI 1227. Embora este astro tenha somente 10% da massa do nosso Sol e seja mais frio e menos brilhante em luz visível, sua emissão em raios-X é significativamente elevada. Este ambiente extremo tem gerado impactos notáveis sobre a atmosfera do exoplaneta, promovendo a rápida perda de sua camada gasosa.
Como a radiação afeta TOI 1227 b?
Estudos conduzidos com apoio do observatório Chandra de raios-X da NASA permitiram mensurar a intensidade da radiação que atinge TOI 1227 b. A cada 200 anos, esse planeta perde o equivalente à atmosfera da Terra devido à ação constante dessa energia de alta frequência. O processo de erosão atmosférica implica que o exoplaneta pode perder, ao longo de até 1 bilhão de anos, mais da metade de sua massa inicial, chegando à condição de um núcleo rochoso e árido, sem os gases envolventes que hoje o caracterizam.
TOI 1227 b: O que o futuro reserva para o planeta?
Os modelos de computador criados pelos pesquisadores demonstram que TOI 1227 b pode encolher para até um décimo do seu tamanho atual durante sua evolução. A estimativa é que, ao final deste processo, o planeta terá perdido o equivalente a duas vezes a massa da Terra. Atualmente, sua massa é aproximadamente 17 vezes maior que a do nosso planeta, mas o bombardeio energético tende a transformar drasticamente esse cenário.
- Atmosfera em perigo: a intensa radiação acelera o escape de gases leves, como hidrogênio e hélio.
- Mudança na estrutura: a perda atmosférica pode influenciar na temperatura, densidade e eventual composição da superfície remanescente.
- Evolução raramente observada: poucos exoplanetas tão jovens e próximos de sua estrela foram monitorados passando por transformação tão intensa.

Como a descoberta auxilia na compreensão de exoplanetas?
A identificação e estudo do exoplaneta TOI 1227 b oferecem subsídios importantes para o entendimento da evolução planetária. O monitoramento de corpos tão jovens em estágios precoces de desenvolvimento contribui para desvendar como fatores externos, como radiação intensa, moldam a estrutura e o destino de mundos fora do Sistema Solar. O caso de TOI 1227 b ilustra como, em seus primeiros milhões de anos, um planeta pode perder uma fração significativa de sua massa e atmosfera, especialmente se reside perto de uma estrela ativa.
- Indica a necessidade de considerar a radiação de alta energia em estudos de composição e atmosfera.
- Ajuda a explicar a variedade de exoplanetas detectados, com diferentes tamanhos e atmosferas.
- Permite aprimorar modelos teóricos sobre dinâmica de sistemas planetários.
O exoplaneta TOI 1227 b, portanto, destaca-se entre os planetas descobertos após 2020 por permitir a observação direta de uma fase transitória rara no universo. A pesquisa, publicada em 2025, reforça como estrelas jovens, mesmo menos massivas que o Sol, podem desempenhar papéis decisivos no destino de seus planetas vizinhos. O acompanhamento contínuo dessas descobertas é essencial para ampliar o conhecimento sobre a formação e transformação de sistemas planetários na galáxia.









