As setas de um carro, também chamadas de indicadores de direção ou luzes de pisca, são um dos recursos mais simples e, ao mesmo tempo, mais importantes para garantir a segurança no trânsito. Esse dispositivo sinaliza antecipadamente a intenção de mudar de faixa, entrar em uma rua, acessar uma rotatória ou realizar qualquer desvio de trajetória.
Por que o uso da seta é tão importante para a segurança viária
A seta do carro funciona como uma forma de comunicação imediata entre quem está ao volante e os demais usuários da via. Em poucos segundos, ela avisa qual será o próximo movimento do veículo, permitindo que os outros mantenham distância segura, diminuam a velocidade ou ajustem sua própria trajetória, atuando como um “idioma comum” no trânsito.
Além de evitar acidentes, o uso correto do indicador de direção contribui para um fluxo mais previsível e menos travado. Quando todos sinalizam suas intenções, há menos frenagens repentinas e menos necessidade de desvios improvisados, o que reduz o risco de engavetamentos e melhora a fluidez geral, beneficiando carros, motos, transporte coletivo e até veículos de emergência.
Essa discussão adentrou nas redes sociais, e viralizou em diversos vídeos, chegando até perfis que ajudam motoristas no trânsito, como mostra o vídeo abaixo do perfil @juju.descomplica:
@juju.descomplica 🚘💡 Você sabia que esquecer de dar seta pode gerar multas? Muita gente acha que é “detalhe”, mas o CTB é claro: não sinalizar antes de mudar de faixa, convergir/virar ou sair da vaga é infração de natureza grave. ➡️ Multa: R$ 195,23 ➡️ 5 pontos na CNH E o pior: além da multa, é um dos hábitos que mais causa sinistros no trânsito. A seta é sua forma de comunicar com os outros usuários na via. 👉🏼 Quem dirige sem sinalizar coloca a própria vida e a dos outros em risco. ⚠️ Agora me conta: Você já levou multa por esquecer de dar seta? 🔻 Comenta aqui: “Eu uso a seta sempre” se você é do time consciente. 😁 🔻 E compartilha esse vídeo com aquele amigo(a) que precisa aprender a dar seta urgente! 👀
♬ Storytelling – Adriel
O que a falta de seta revela sobre o comportamento no trânsito
Pesquisas de psicologia do trânsito indicam que o hábito de não usar a seta pode estar associado a traços de comportamento específicos. Especialistas apontam que a omissão frequente do uso do indicador de direção costuma aparecer em perfis com baixa atenção ao outro, tendência ao egocentrismo e certa impulsividade ao dirigir, evidenciando uma postura em que o próprio objetivo imediato se sobrepõe à convivência segura (Conner e Lawton, 2013).
O trânsito é uma atividade coletiva e cada decisão ao volante afeta diretamente quem está em volta, exigindo cooperação e responsabilidade. Quando um condutor muda de faixa sem sinalizar, força os demais a reagirem em segundos com manobras evasivas, criando um ambiente de tensão constante, marcado por freadas bruscas, buzinas, discussões e maior probabilidade de sinistros, sobretudo em vias rápidas.
Por que tantos motoristas ainda não usam a seta corretamente
Outro aspecto relevante é a percepção de risco: muitos condutores omitem a seta porque acreditam que “não vem ninguém” ou que “é só uma mudança rápida”. Essa crença ignora pontos cegos do retrovisor, diferenças de velocidade entre veículos e a presença de motos ou bicicletas em espaços reduzidos, em que um segundo de desatenção pode ser suficiente para uma colisão lateral.
Entre as razões mais citadas para o não uso da seta, duas se destacam: falta de hábito e distração no dia a dia. Muitos condutores aprenderam a dirigir sem incorporar esse dispositivo como um passo automático antes de qualquer mudança de trajetória, e quando esse comportamento não é reforçado nas aulas, na fiscalização e na convivência social, tende a ser esquecido com facilidade.
- Falta de hábito incorporado na formação de condutores;
- Confiança excessiva na própria capacidade de prever o movimento dos outros;
- Subestimação do risco em manobras consideradas simples;
- Distrações internas no veículo, como celular e multimídia;
- Ausência de fiscalização efetiva em algumas vias.

Como criar o hábito de usar corretamente a seta no dia a dia
Especialistas em educação para o trânsito sugerem que o uso da seta seja tratado como uma etapa obrigatória de qualquer manobra, e não como um gesto opcional. Uma forma prática de consolidar esse hábito é associar a sinalização a uma sequência fixa de ações, transformando o acionamento da seta em um comportamento quase automático e padronizado.
Para facilitar a rotina de direção segura, o condutor pode memorizar uma ordem simples e sempre repeti-la antes de mudar de faixa ou entrar em uma rua. Essa sequência ajuda a manter a atenção ao ambiente e garante tempo para que os demais usuários percebam a intenção do veículo, inclusive motociclistas, ciclistas e pedestres próximos às esquinas.
- Observar os retrovisores e o fluxo ao redor;
- Acionar a seta na alavanca do volante;
- Aguardar alguns instantes para que os outros percebam a intenção;
- Executar a manobra de maneira suave e previsível.
Outro ponto relevante é lembrar que a sinalização beneficia não apenas carros, mas também motocicletas que circulam entre as faixas, ciclistas em corredores compartilhados e pedestres próximos às esquinas. Ao indicar com antecedência o movimento do veículo, a seta reduz a chance de que alguém apareça de forma inesperada na trajetória e contribui para um trânsito mais previsível, menos tenso e mais seguro para todos.
Referências bibliográficas
- CONNER, M.; LAWTON, R. Personality traits and driving violations: Exploring the role of sensation seeking and impulsivity. Accident Analysis & Prevention, v. 61, p. 36–42, 2013.
- DE WINTER, J. C. F. et al. Perceived risk and self–other asymmetries in driving behavior. Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour, v. 13, n. 6, p. 395–405, 2010.










