A apreciação — ou não — da dança é um tema que sempre gera debates e curiosidade, pois, para muitos, dançar é expressão emocional e social, mas nem todos compartilham esse sentimento. A aversão pela dança pode ter explicações que vão desde experiências pessoais até possíveis predisposições genéticas.
Fatores que levam alguém a não gostar de dançar
Pessoas que não gostam de dançar frequentemente evitam situações em que se espera essa participação. Em muitos casos, isso está ligado à pressão social e ao medo de serem observadas ou julgadas enquanto dançam.
Segundo psicólogos, esse comportamento não indica negatividade na personalidade, mas pode resultar de vivências específicas, como experiências negativas ou constrangedoras relacionadas à dança.
A genética realmente influencia o desejo de dançar?
Pesquisas indicam que o componente genético pode afetar a capacidade de sincronizar movimentos com a música. Um estudo na Nature Human Behaviour demonstra que isso pode interferir tanto no aprendizado quanto no prazer de dançar (Niarchou, Maria et al., 2022).
Além disso, indivíduos com menor coordenação motora, devido a fatores genéticos, podem sentir insegurança ao dançar, o que influencia sua relação com essa atividade. Há também indícios de que fatores genéticos podem afetar o modo como reagimos a estímulos musicais e rítmicos, o que pode explicar por que algumas pessoas simplesmente não sentem vontade de se mover ao som da música.

O ambiente e a autoconfiança ao se expor na dança
O ambiente tem papel fundamental na percepção sobre a dança. Locais seguros e acolhedores aumentam a confiança, enquanto ambientes críticos fazem as pessoas evitarem dançar para proteger sua autoestima.
Antes de participar de atividades de dança, é importante reconhecer os fatores que influenciam a decisão, como o apoio de amigos, tipo de evento e histórico pessoal. Veja exemplos de elementos ambientais que impactam essa escolha:
- Presença de pessoas conhecidas pode aumentar o conforto
- Ambientes julgadores diminuem a participação espontânea
- Eventos informais tendem a ser mais inclusivos
Benefícios reais da dança no bem-estar de quem pratica
Mesmo para quem evita dançar, há inúmeros benefícios psicológicos e físicos associados à atividade. Dançar contribui tanto para o corpo quanto para a saúde mental, funcionando como redutor de estresse e gerador de bem-estar. Uma revisão sistemática recente concluiu que intervenções de dança melhoram motivação, memória, cognição social e bem-estar psicológico em comparação com outras formas de atividade física. (Yan et al., 2024)
A prática pode ainda favorecer interações sociais e promover o senso de comunidade, pois é uma oportunidade de compartilhar momentos e emoções em grupo. Segundo Delattre (2024), atividades de dança social contribuem para regulação emocional, conexão social e melhoria do humor, sendo recomendadas em contextos de saúde mental.
Referências bibliográficas
- Niarchou, M., Gustavson, D.E., Sathirapongsasuti, J.F. et al. Genome-wide association study of musical beat synchronization demonstrates high polygenicity. Nat Hum Behav 6, 1292–1309 (2022). https://doi.org/10.1038/s41562-022-01359-x
- Fong Yan A, Nicholson LL, Ward RE, et al. The Effectiveness of Dance Interventions on Psychological and Cognitive Health Outcomes Compared with Other Forms of Physical Activity: A Systematic Review with Meta-analysis. Sports Med. 2024;54(5):1179-1205. doi:10.1007/s40279-023-01990-2








