As formigas são frequentemente vistas como pequenas criaturas insignificantes, mas seu impacto nos ecossistemas é imenso. Elas desempenham funções vitais que vão além de simplesmente coletar migalhas em piqueniques. Cada espécie de formiga contribui de maneira única para a manutenção dos ecossistemas, realizando tarefas como aeração do solo, dispersão de sementes e controle de pragas.
Esses insetos são fundamentais para o funcionamento diário dos ecossistemas ao redor do mundo. Um estudo recente publicado na revista Nature Ecology & Evolution destacou a importância das formigas em experimentos ecológicos, revelando como a remoção de espécies dominantes pode afetar o equilíbrio natural.
O que acontece quando espécies de formigas dominantes são removidas?
Pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental, CSIRO e Universidade James Cook conduziram um estudo para entender o impacto da remoção de espécies de formigas dominantes. Eles esperavam que a retirada de espécies como Iridomyrmex purpureus, Pheidole ampla perthensis e Tetramorium impressum resultasse em uma queda no desempenho do ecossistema.
No entanto, o ecossistema mostrou resiliência. Outras espécies de formigas assumiram as funções das que foram removidas, demonstrando a presença de uma redundância funcional. Isso significa que, embora uma espécie possa ser removida, outras podem preencher seu papel, mantendo o sistema em funcionamento.

Quais são os riscos da substituição de espécies?
A substituição de espécies dominantes por outras menos comuns trouxe novos riscos. Embora a performance do ecossistema tenha sido mantida, a dependência de espécies especializadas aumentou. Isso significa que, se uma dessas espécies especializadas desaparecer, o impacto pode ser maior do que antes.
Essa mudança de uma dependência de generalistas para especialistas pode tornar os ecossistemas mais eficientes a curto prazo, mas reduz sua capacidade de se recuperar de choques adicionais. A rede de segurança ecológica, antes robusta, torna-se mais frágil com a perda de cada espécie.
Como as formigas influenciam as funções do ecossistema?
Os pesquisadores testaram quatro funções ecossistêmicas impulsionadas por formigas: granivoria, coleta de carniça, proteção de plantas e mirmecocoria. Em alguns casos, a remoção de formigas dominantes melhorou certas funções, como a granivoria. No entanto, outras funções, como a proteção de plantas, diminuíram.
Essa variação nas funções destaca a complexidade dos ecossistemas. Enquanto algumas áreas podem se beneficiar, outras podem sofrer perdas, tornando o equilíbrio das tarefas ecológicas mais difícil de manter.
Formigas como engenheiras dos ecossistemas
As formigas são frequentemente chamadas de “engenheiras dos ecossistemas” devido ao seu impacto profundo nos ambientes em que vivem. Elas regulam comunidades de plantas, controlam ervas daninhas e melhoram a estrutura do solo, facilitando a infiltração de água.
O estudo reforça a importância das formigas e suas atividades, que influenciam o crescimento das plantas, a saúde do solo e o ciclo de nutrientes. A remoção de uma espécie-chave pode causar mudanças sutis que se acumulam ao longo do tempo, remodelando habitats inteiros.
O impacto da perda de espécies de formigas
Embora os ecossistemas mostrem uma capacidade impressionante de se recuperar de perturbações, a compensação não é o mesmo que a recuperação. Cada ajuste vem com trocas e fragilidades aumentadas. A redundância funcional atua como um seguro, mas apenas até certo ponto.
Proteger a biodiversidade significa salvaguardar não apenas as espécies raras, mas também as comuns, que desempenham papéis fundamentais nos serviços ecossistêmicos. Para que a natureza continue funcionando sem problemas, é necessário preservar todos os seus trabalhadores, especialmente aqueles que raramente notamos.










