Ouvir repetidamente uma música é um comportamento bastante comum que revela tanto aspectos emocionais quanto cognitivos, indicando como a familiaridade musical pode funcionar como uma forma de autoterapia, estabilidade emocional e expressão da identidade pessoal.
Por que ouvir a mesma música várias vezes pode ser tão atraente
Pesquisadores de diferentes áreas buscam entender a razão pela qual tantas pessoas preferem repetir suas músicas favoritas em vez de buscar novidades constantemente. Estudos mostram que a satisfação obtida não depende apenas de descobrir novos sons, mas também da segurança proporcionada pela familiaridade da melodia.
Um exemplo desse fenômeno foi apontado por pesquisas da University of Michigan, que mostram como o prazer e a conexão emocional com músicas conhecidas continuam mesmo após a fase inicial de novidade. Esse hábito revela uma preferência natural por experiências familiares que proporcionam conforto e bem-estar emocional.

O que é o efeito da mera exposição e como ele influencia nossa relação com a música
Do ponto de vista do aprendizado e da memória, o chamado efeito da mera exposição ajuda a explicar por que gostamos cada vez mais de uma música quando a ouvimos repetidas vezes. Pesquisadores afirmam que a repetição consolida o reconhecimento da melodia em nosso cérebro e ativa circuitos de recompensa ligados à dopamina.
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A repetição também traz a oportunidade de antecipar partes específicas da música, como um refrão marcante, aumentando o prazer em ouvir. Entre os principais efeitos do hábito de ouvir músicas repetidas vezes, destacam-se:
- Aumento da sensação de conforto emocional
- Fortalecimento da memória musical
- Reforço dos circuitos de recompensa cerebral

Como a repetição de músicas revela nossa identidade pessoal
A música é considerada, por especialistas, um verdadeiro espelho da nossa identidade. Ouvir a mesma faixa repetidas vezes pode ser entendido como uma forma de reafirmar valores pessoais ou recordar momentos marcantes de nossa trajetória.
Segundo a British Psychological Society, algumas músicas parecem “falar” diretamente ao ouvinte, funcionando quase como um diálogo interno que fortalece a conexão consigo mesmo. Esse fenômeno demonstra como a música contribui para o autoconhecimento.
Em conclusão, o hábito de ouvir a mesma música repetidas vezes representa um processo complexo que vai muito além das preferências musicais, evidenciando nossas necessidades emocionais, a busca por estabilidade e o desejo constante de reconhecer e afirmar quem somos.










