Passar longas horas sentado, seja em frente ao computador ou assistindo televisão, tornou-se uma realidade para grande parte da população mundial. Embora muitas pessoas tentem compensar esse tempo de inatividade com idas regulares à academia ou a prática de esportes algumas vezes por semana, pesquisas recentes mostram que essa estratégia pode não ser suficiente para proteger a saúde do coração.
Estudos científicos apontam que o sedentarismo prolongado, mesmo quando intercalado com sessões de exercícios físicos, está associado a um aumento do risco cardiovascular. Isso significa que, apesar de realizar atividades físicas moderadas ou intensas em determinados dias, o hábito de permanecer sentado por muitas horas seguidas pode trazer consequências negativas para o organismo.
Por que o sedentarismo é prejudicial ao coração?
O sedentarismo é caracterizado pelo baixo gasto energético durante a maior parte do dia, especialmente quando se permanece sentado por períodos prolongados. Esse comportamento está relacionado ao aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, arritmias e até mesmo infarto do miocárdio. Pesquisas recentes, como a publicada em 2024 no Journal of the American College of Cardiology, reforçam que a prática de exercícios físicos algumas vezes por semana não neutraliza totalmente os efeitos nocivos do tempo excessivo sentado.
Entre os principais fatores de risco associados ao sedentarismo estão:
- Acúmulo de gordura abdominal
- Alterações nos níveis de colesterol
- Resistência à insulina
- Redução da circulação sanguínea
Essas alterações contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas e aumentam a probabilidade de eventos cardiovasculares ao longo dos anos.
Como interromper o comportamento sedentário durante o dia?
Para minimizar os riscos do sedentarismo, especialistas recomendam adotar estratégias que promovam o movimento ao longo do dia, mesmo durante a rotina de trabalho ou em casa. Pequenas mudanças de hábito podem fazer diferença significativa na saúde cardiovascular.
- Levantar-se a cada 60 minutos para caminhar ou alongar-se por alguns minutos.
- Subir e descer escadas em vez de usar elevadores sempre que possível.
- Realizar pequenas séries de exercícios, como agachamentos ou elevação de braços, ao longo do expediente.
- Evitar levar garrafas de água ou lanches para a mesa de trabalho, incentivando deslocamentos frequentes.
- Utilizar aplicativos ou alarmes para lembrar de se movimentar periodicamente.
Essas ações, quando incorporadas à rotina, ajudam a reduzir o tempo total de inatividade e estimulam a circulação sanguínea, beneficiando o coração e outros sistemas do corpo.

Exercício físico regular é suficiente para prevenir doenças cardíacas?
A prática regular de atividades físicas, como caminhar, correr ou pedalar, continua sendo fundamental para a saúde. No entanto, os dados mais recentes indicam que ela deve ser combinada com uma rotina ativa ao longo do dia. O ideal é somar pelo menos 150 minutos semanais de exercícios moderados ou intensos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde, e evitar longos períodos sem movimentação.
Além disso, pesquisas sugerem que a distribuição do movimento ao longo do dia potencializa os benefícios para o sistema cardiovascular. Por exemplo, reduzir 30 minutos diários de sedentarismo pode diminuir o risco de insuficiência cardíaca em até 7% e a mortalidade cardiovascular em 8%. Portanto, a combinação entre exercícios programados e interrupções frequentes do tempo sentado é a abordagem mais eficaz para proteger o coração.
Quais são as recomendações práticas para uma vida menos sedentária?
Para manter o coração saudável, especialistas sugerem incorporar pequenas doses de movimento à rotina diária. Algumas dicas incluem:
- Realizar pausas ativas a cada hora, mesmo que breves.
- Optar por deslocamentos a pé ou de bicicleta sempre que possível.
- Participar de atividades lúdicas, como dançar ou brincar com animais de estimação.
- Utilizar recursos tecnológicos, como aplicativos de contagem de passos, para monitorar o nível de atividade diária.
- Buscar alternativas para se movimentar dentro de casa, como exercícios funcionais ou alongamentos.
Essas medidas são simples de serem implementadas e podem contribuir significativamente para a redução dos riscos associados ao sedentarismo. Ao adotar uma rotina mais ativa, é possível promover a saúde cardiovascular e melhorar a qualidade de vida, independentemente da idade ou do nível de condicionamento físico.









