A expressão latina “Magister dixit” significa “o mestre disse”. Em 2025, ela ainda é usada para descrever um tipo de pensamento comum no ensino tradicional: a ideia de que algo é verdadeiro simplesmente porque foi afirmado por uma autoridade, o professor, o autor de um livro ou uma figura de prestígio acadêmico. Apesar de ser uma frase antiga, o conceito permanece vivo em salas de aula e debates sobre educação.
A origem da expressão e o papel da autoridade no aprendizado
“Magister dixit” surgiu nas escolas medievais europeias, quando grande parte do conhecimento era transmitido oralmente e dependia da autoridade intelectual do mestre. Em um contexto com poucos livros, acesso restrito ao ensino e grande valorização das hierarquias, o professor era visto como a fonte suprema de verdade.
A expressão era usada para encerrar discussões: se “o mestre disse”, não havia mais o que questionar. O conhecimento era vertical e baseado na confiança irrestrita naquela autoridade.

Como esse pensamento se refletiu no modelo tradicional de ensino?
O ensino tradicional, marcado pela figura do professor como detentor do saber, reproduziu durante séculos a lógica do “Magister dixit”. Isso moldou práticas educacionais que ainda existem:
- alunos como receptores passivos de conhecimento;
- aulas expositivas como principal método de ensino;
- valor excessivo dado à memorização;
- pouco espaço para debate, dúvida ou construção coletiva.
Mesmo hoje, quando tecnologias, pesquisas e metodologias críticas estão acessíveis, muitos ambientes escolares seguem funcionando dentro dessa lógica, na qual a palavra do professor continua sendo a referência máxima.
Por que Magister dixit continua presente em 2025?
A autoridade do professor ainda é essencial, ele organiza, orienta e valida informações. Mas a expressão permanece porque a cultura escolar brasileira e mundial mantém certos hábitos herdados de séculos anteriores.
Além disso, em tempos de excesso de informação, muitos estudantes ainda buscam figuras de referência que ofereçam segurança e clareza, o que reforça a tendência de aceitar afirmações sem questionar.

Como a educação contemporânea tenta superar essa visão?
As pedagogias modernas defendem o movimento oposto ao “Magister dixit”: incentivar o aluno a questionar, investigar, comparar fontes e construir conhecimento de forma ativa. A participação, a pesquisa e o pensamento crítico têm ganhado espaço como ferramentas essenciais.
A filosofia tem um grande papel na construção do pensamento, mas, o que é filosofia? Maria Baderna explica em seu TikTok:
No entanto, a transição é gradual. O peso histórico do modelo tradicional e a falta de formação crítica em muitos contextos reforçam a permanência desse pensamento, tornando “Magister dixit” uma expressão simbólica da tensão entre tradição e inovação na educação.







