O copo está na mesa, e pequenas bolhas sobem lentamente até a superfície, estourando com suavidade. É uma cena comum e hipnotizante — mas que desperta curiosidade: de onde vêm essas bolinhas que parecem dançar na água com gás? A resposta está na química e em uma lei física simples, que explica o comportamento dos gases quando a pressão muda.
O que causa as bolhas da água com gás?
As bolinhas da água com gás são formadas por dióxido de carbono (CO₂), um gás incolor e inodoro dissolvido na água sob alta pressão durante o processo de engarrafamento. Quando essa pressão é liberada — ao abrir a garrafa ou a latinha —, o gás começa a escapar da solução, formando as pequenas bolhas que sobem até a superfície.
Esse fenômeno é explicado pela Lei de Henry, que afirma que a quantidade de gás dissolvido em um líquido é diretamente proporcional à pressão exercida sobre ele. Ou seja, quanto maior a pressão dentro da garrafa, mais CO₂ consegue ficar dissolvido. Quando a pressão é reduzida, o gás se desprende, criando o efeito efervescente.

Como a pressão e a temperatura influenciam as bolhas?
Ao abrir uma garrafa de água com gás, a pressão interna cai de forma abrupta, fazendo com que o CO₂ dissolvido forme bolhas visíveis. Quanto maior a diferença de pressão, mais intensa será a liberação de gás. É por isso que latinhas estufadas ou agitadas antes de abrir costumam espirrar.
A temperatura também tem papel importante: líquidos frios retêm o gás com mais eficiência, enquanto líquidos quentes o liberam rapidamente. Isso explica por que a água com gás gelada mantém suas bolhas por mais tempo, enquanto a temperatura ambiente faz o gás escapar mais depressa.
Por que a água borbulha mais quando é agitada?
Quando o recipiente é chacoalhado, formam-se microbolhas no líquido, que funcionam como pontos de nucleação — locais onde o gás pode se acumular e expandir. Esses pontos facilitam a liberação do CO₂, provocando o aumento da efervescência ao abrir a garrafa.
O mesmo efeito pode ser observado em bebidas como refrigerantes e cervejas. Quanto mais o líquido é movimentado, mais gás tende a escapar quando o recipiente é aberto, gerando aquele transbordamento súbito tão conhecido.
Exemplos do dia a dia que explicam o fenômeno
A liberação das bolhas da água com gás está presente em várias situações cotidianas. Para entender melhor o processo, veja alguns exemplos simples:
- Abrir uma latinha de refrigerante: o som característico do “pshh” é o gás escapando da pressão interna.
- Mexer uma bebida com gás: a agitação cria locais para o CO₂ se acumular, acelerando a efervescência.
- Deixar a garrafa aberta: o gás se dispersa lentamente no ar, e a bebida perde a gaseificação.
Essas situações mostram como pequenas mudanças de pressão e movimento transformam completamente o comportamento do líquido.
Fatores que afetam a duração das bolhas
| Fator | Efeito sobre as bolhas | Explicação |
|---|---|---|
| Temperatura baixa | Mantém o gás dissolvido por mais tempo | O CO₂ se move mais lentamente em líquidos frios |
| Agitação | Acelera a perda do gás | Cria microbolhas que facilitam a liberação do CO₂ |
| Tampa aberta | Reduz gradualmente a efervescência | O gás se dispersa no ar, equilibrando a pressão |
Como conservar a água com gás por mais tempo?
Para quem gosta da sensação refrescante da água borbulhante, existem formas simples de manter o gás ativo por mais tempo. Evitar agitar o recipiente e manter a bebida gelada são as medidas mais eficazes.
Outras dicas úteis incluem armazenar a garrafa sempre bem fechada e na vertical, o que reduz a área de contato com o ar e retarda a liberação do CO₂. Se a bebida já estiver aberta, mantê-la na geladeira ajuda a preservar o gás por mais tempo.

As bolinhas são seguras para o corpo?
Sim. O dióxido de carbono presente na água com gás é seguro e não faz mal à saúde. Durante a digestão, o gás é liberado naturalmente, podendo causar apenas leve sensação de estufamento em pessoas mais sensíveis.
Além disso, a água gaseificada tem o mesmo poder de hidratação da água comum e pode até ajudar na digestão para algumas pessoas, graças à leve estimulação no estômago causada pelas bolhas.
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A ciência em cada copo
O simples ato de abrir uma garrafa de água com gás é uma verdadeira aula de física em ação. As bolinhas que sobem à superfície são o resultado da liberação do dióxido de carbono, guiada pelas leis da pressão e da temperatura.
Saber disso torna cada gole ainda mais interessante — e ajuda a entender por que as bebidas gaseificadas perdem o gás quando agitadas ou aquecidas. Para manter a refrescância por mais tempo, basta uma dica simples: mantenha sempre gelada e evite balançar. A ciência agradece — e o sabor também.









