O hábito de puxar as peles soltas dos lábios é mais comum do que parece e, embora pareça apenas um gesto involuntário, pode revelar muito sobre o estado emocional de uma pessoa. Esse comportamento, também conhecido como “dermatilomania labial“, pode ser um sinal de ansiedade, estresse ou simplesmente um costume adquirido com o tempo.
Ficar puxando as pelezinhas dos lábios pode ser um indicativo de tensão emocional ou ansiedade leve. Muitas vezes, a pessoa realiza o gesto de forma automática, especialmente em momentos de nervosismo, concentração intensa ou tédio. Apesar de parecer inofensivo, pode causar machucados e até infecções se feito com frequência.
Existe uma explicação psicológica para esse hábito?
Sim. A psicologia comportamental classifica esse tipo de hábito como um comportamento repetitivo focado no corpo (CRFC). Esses comportamentos incluem ações como roer unhas, arrancar fios de cabelo (tricotilomania) e cutucar a pele. No caso específico dos lábios, a prática pode começar de forma leve, mas se tornar compulsiva com o tempo.
Esse comportamento geralmente está ligado à regulação emocional. Ou seja, a pessoa utiliza o ato de puxar a pele dos lábios como uma forma de aliviar uma tensão interna. Pode até gerar um breve alívio ou prazer, o que reforça o hábito — mesmo que ele cause danos físicos visíveis depois.

Pode ser apenas um hábito inofensivo?
Em muitos casos, sim. Algumas pessoas puxam peles dos lábios de forma esporádica, principalmente em períodos de ressecamento ou após longas exposições ao sol. Nessas situações, o gesto pode ser mais uma tentativa de remover pele morta do que uma ação relacionada à ansiedade.
No entanto, quando o hábito se torna repetitivo e compulsivo, pode ser um sinal de alerta. Se a pessoa sente que não consegue parar, mesmo percebendo os danos, é importante investigar com um psicólogo ou dermatologista. A frequência e a intensidade do comportamento são fatores determinantes para avaliar se há ou não um transtorno envolvido.
Como lidar com esse comportamento?
Existem formas práticas e terapêuticas de lidar com o hábito de puxar as pelezinhas dos lábios. Em primeiro lugar, manter os lábios sempre hidratados pode ajudar bastante. Utilizar bálsamos labiais com frequência reduz o ressecamento e, consequentemente, a vontade de puxar peles soltas.
Além disso, técnicas de controle da ansiedade, como respiração profunda, meditação e exercícios físicos, também contribuem para diminuir o comportamento. Em casos mais graves, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem mostrado bons resultados na modificação desses hábitos.
O que a dermatologia diz sobre isso?
Do ponto de vista dermatológico, puxar as peles dos lábios pode causar lesões, sangramentos, infecções e até formação de crostas. A pele dos lábios é extremamente sensível, e qualquer agressão repetitiva pode deixá-la ainda mais vulnerável a problemas.
Especialistas recomendam a aplicação de produtos hidratantes com componentes como lanolina, manteiga de karité e vitamina E. Evitar exposição ao vento e ao sol sem proteção também é fundamental para manter os lábios íntegros.
Cuidar da saúde labial também é um ato de autocuidado emocional. Quando a pessoa percebe que sua ansiedade ou estresse está se manifestando fisicamente, é possível usar isso como um sinal para buscar mais equilíbrio na rotina.
Quando procurar ajuda profissional?
Se o hábito de puxar a pele dos lábios está trazendo prejuízos — como dor, sangramentos constantes, vergonha estética ou sofrimento emocional — é hora de procurar ajuda. Um psicólogo pode auxiliar no entendimento das causas emocionais envolvidas e orientar o melhor tratamento.
Assim como outros comportamentos compulsivos, esse tipo de hábito pode ser apenas a ponta do iceberg de questões emocionais mais profundas. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e restaurar a saúde da pele e da mente.
O autoconhecimento é o primeiro passo para quebrar ciclos nocivos e recuperar o bem-estar. Observar nossos pequenos hábitos é uma maneira de cuidar da saúde mental com carinho e atenção.








